Em meio à pandemia do coronavírus, os idosos devem se precaver contra um outro tipo de doença respiratória que pode ser ainda mais mortal que o vírus: a gripe. Além do risco associado à infecção do vírus influenza no grupo formado por pessoas acima dos 60 anos, a vacinação e a prevenção da doença podem ajudar no combate ao novo vírus que já infectou pelo menos 52 pessoas no Brasil.Leia mais: Quais as diferenças entre gripe e a doença causada pelo coronavírus Por isto, o ministério da Saúde antecipou a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza e inverteu a ordem de público-alvo, priorizando justamente os idosos, grupo mais vulnerável a ambas infecções. A primeira fase da campanha começa no dia 23 de março e segue até o dia 9 de maio, quando outros grupos passam a ser prioridade, entre eles crianças de 6 meses a 6 anos. Uma das razões para antecipar a vacinação de idosos é que a proteção contra a gripe ajuda a prevenir o coronavírus. "É uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid 19", informa o ministério da Saúde. "Assim evitamos a sobreposição de casos, se chega alguém do pronto-socorro e a gente sabe que está vacinado, podemos pensar em outras causas além do H1N1", detalha Renata Beranger, infectologista do hospital Samaritano Botafogo. A gripe, causada por variações do vírus influenza, causou amorte de ao menos 1.109 pessoasno Brasil em 2019. Para prevenir o contágio, médicos também recomendam evitar multidões e locais não arejados, a higienização constante das mãos e o controle de doenças crônicas (que podem acarretar complicações fatais em caso de gripe). Luiz Antonio Gil Jr, geriatra do hospital Sírio Libanês, enfatizou a importância do cuidado com pessoas que convivem com idosos, como cuidadores e familiares, que também devem se vacinar e, caso fiquem doentes, evitar ao máximo o contato.Sintomas e atendimento Além da febre, infecções provocadas pelo influenza e pelo coronavírus têm como característica sintomas respiratórios, incluindo, tosses, espirros, dor de garganta e coriza, que podem evoluir com o passar dos dias para quadros mais graves, como pneumonia. Em caso de gripes leves, o quadro pode evoluir em cerca de três ou quatro dias. A complicação mais comum da gripe é a pneumonia bacteriana, tratada com antibióticos. No caso do coronavírus, as complicações mais frequentes são a insuficiência respiratória e pneumonia viral. "A pessoa deve procurar atendimento de emergência quando ela ficar com muita falta de ar, com a persistência da febre e tosse intensa", explicou Renata Beranger. Entre os idosos, a gripe ainda tem percentual de mortalidade maior do que o coronavírus, segundo Jean Gorinchteyn, médico infectologista do hospital Emílio Ribas. "O coronavírus tem mortalidade de 15% entre idosos. Na gripe, temos uma mortalidade de 23%", disse. Porém, sem vacina ou tratamento existente, o covid-19 apresenta muitos mais riscos à população.*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá