'Coma, beba e vá embora', orienta médico sobre reabertura de bares
Bares e restaurantes abrem a partir desta segunda em SP; infectologista diz que normas devem ser respeitadas para evitar disseminação da covid-19
Saúde|Brenda Marques, do R7
Restaurantes, bares e salões de beleza têm autorização para reabrir a partir desta segunda-feira (6) na cidade de São Paulo. A permissão foi dada mediante a assinatura de protocolos que estabelecem uma série de regras para o funcionamento desses estabelecimentos.
Dentre elas, está o expediente máximo de 6 horas diárias com 40% da capacidade total. O uso de máscara e o fornecimento de álcool em gel é obrigatório para clientes e trabalhadores. Além disso, não é permitido atender grupos de mais de seis pessoas e deve haver um espaçamento de 2 metros entre as mesas.
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, destaca que, para haver segurança nesse processo de reabertura, o cumprimento das regras é fundamental, tanto por donos de estabelecimentos como por clientes e, para isso, deve haver fiscalização contínua.
De acordo com ele, se não for feita a supervisão pelo poder público, "inevitavelmente, vai ter muito mais gente" do que o limite de 40% estabelecido pelo protocolo.
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O infectologista acrescenta que é preciso fazer a observância do distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas - independentemente do tipo de mesa que elas estejam ocupando -, o de máscara e evitar que os frequentadores se dirijam até guichês.
"Os clientes não vão se aproximar do guichê, quem vai se aproximar [deles] é o funcionário devidamente paramentado", afirma. "Não pode haver nenhuma norma desrespeitada. Não pode ficar atendendo o celular enquanto está no self-sevice", exemplifica.
O especialista enfatiza que, neste momento, é essencial que cada um tenha bom senso. Elas não devem compartilhar copos, talheres ou mesmo alimentos. E, apesar da flexibilização, a ida a esses lugares deve se restringir a ocasiões pontuais.
"As pessoas não podem fazer desses lugares um ponto de trabalho, em que ficam falando ao celular e abrem o laptop", analisa.
Sobre a possibilidade de circulação do vírus por meio de aérossois - pequenas partículas líquidas contaminadas que ficam suspensas no ar após serem expelidas durante a tosse ou espirro, por exemplo - ele observa que não é possível saber se o vírus presente nessas gotículas são viáveis, ou seja, capazes de infectar outra pessoa.
"Se acredita que [os aeróssois] podem ficar de 30 minutos a 3 horas no ambiente. Por isso, coma, beba e vá embora", recomenda.