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Conheça a história por trás da revolução do RNA mensageiro

Cientistas que se dedicaram a essa tecnologia, usada pela primeira vez em vacinas contra a Covid, venceram o Nobel de Medicina

Saúde|Do R7


As vacinas de RNA mensageiro, que surgiram durante a crise da Covid-19 e renderam o Prêmio Nobel de Medicina aos pesquisadores Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (Estados Unidos), marcaram o ponto mais alto de uma revolução terapêutica.

Uma revolução que também poderia ser usada contra a Aids e alguns tipos de câncer, após décadas de pesquisas e vários obstáculos.

Como funciona?

Vacinas de RNA mensageiro marcaram uma nova geração de imunizantes
Vacinas de RNA mensageiro marcaram uma nova geração de imunizantes

O RNA mensageiro está presente em todas as células e permite que elas funcionem corretamente no organismo. Ele age como intermediário entre o código genético do DNA e a atividade da célula.

Mais especificamente, o RNA mensageiro é uma cópia temporária de uma pequena parte do DNA que está constantemente presente no núcleo da célula. A célula usa essa cópia como código para produzir proteínas específicas.

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Por meio de um tratamento de RNA mensageiro, esses fragmentos de código genético são inseridos do exterior. Portanto, eles são criados artificialmente em laboratório, e não a partir do DNA.

Até agora, a aplicação principal tem sido a vacinação contra a Covid-19, com destaque para dois grandes fabricantes: Pfizer/BioNTech e Moderna.

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Essas vacinas induzem as células a reproduzir proteínas presentes no vírus, os "antígenos", para permitir que o sistema imunológico se familiarize com ele, de forma a reconhecê-lo e neutralizá-lo.

Uma vacina clássica também procura familiarizar o organismo com um vírus (ou outros agentes infecciosos), mas o faz introduzindo o vírus diretamente no corpo, em forma atenuada ou inativa (embora algumas vacinas mais recentes apenas injetem os antígenos do vírus).

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A revolução da vacina de RNA mensageiro está em fazer com que as células produzam diretamente esses antígenos.

Como acontece com outras vacinas, o sistema imunológico reage, gerando anticorpos.

As principais etapas deste novo método

O primeiro grande avanço, no fim da década de 1970, foi o uso do RNA mensageiro para fazer com que as células em tubos de ensaio produzissem proteínas.

Uma década depois, os cientistas conseguiram obter os mesmos resultados com ratos, mas o RNA mensageiro ainda tinha duas grandes desvantagens como ferramenta médica.

Em primeiro lugar, as células de animais vivos resistiam ao RNA mensageiro sintético, desencadeando uma perigosa resposta imunológica.

Além disso, as moléculas de RNA mensageiro são frágeis, o que dificulta sua entrega ao sistema sem alterações.

Em 2005, Karikó e Weissman, da Universidade Estadual da Pensilvânia, publicaram um estudo inovador que mostrava que um invólucro de lipídios (moléculas de gordura) poderia entregar o RNA mensageiro de forma segura, sem efeitos negativos.

A pesquisa causou agitação na comunidade farmacêutica e começaram a surgir em todo o mundo empresas dedicadas à terapia de RNA mensageiro.

Outras aplicações

A comunidade científica tem trabalhado no desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro para doenças como gripe, raiva e zika, bem como para aquelas que têm sido resistentes a vacinas até agora, incluindo malária e HIV/Aids.

Além disso, os pesquisadores começaram a testar tratamentos personalizados em pacientes com câncer, usando amostras das proteínas presentes em seus tumores para criar RNA mensageiro especializado.

Isso faz com que o sistema imunológico ataque células cancerosas específicas.

"A plataforma de RNA mensageiro é versátil", disse Norbert Pardi, bioquímico da Universidade da Pensilvânia, à AFP. "Qualquer proteína pode ser codificada como RNA mensageiro, portanto, há muitas aplicações potenciais".

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