Conselho de Ética autoriza testes da ButanVac em humanos
Conep, do Ministério da Saúde, libera uso de voluntários em testes clínicos. Butantan espera liberação da Anvisa para iniciar pesquisa
Saúde|Do R7
O Conep (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa) autorizou nesta quinta-feira que o Instituto Butantan e a Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto começem os testes em humanos da vacina ButanVac, o primeiro fármaco contra a covid-19 100% brasileiro.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou as análises clínicas no dia 9 de junho, mas ainda faltam algumas informações para começar as aplicações das doses nas pessoas inscritas.
A primeira fase dos testes será feita pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão, com 418 voluntários, acima de 18 anos. Cerca de 94 mil pessoas manifestaram interesse em participar da pesquisa e realizaram o pré-cadastro.
Essa etapa tem o objetivo de confirmar a segurança e a dosagem ideal do imunizante. Os voluntários receberão duas doses do fármaco, com o intervalo de 28 dias entre eles. A previsão é que os primeiros resultados saiam em 17 semanas.
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De acordo com o Butantan, a primeira fase será a única que o Butantan vai comparar a ButanVac com placebo (produto sem efeito). As outras duas etapas os resultados serão confrontados aos efeitos causados pelas outras vacinas que estão em uso no Brasil.
Como funciona a ButanVac?
A ButanVac começou a ser desenvolvida há um ano. Ela utiliza a mesma tecnologia da vacina da gripe, já fabricada pelo Butantan. O imunizante é feito a partir de um vírus de gripe aviária inativado, chamado Newcastle.
Esse vírus funciona como vetor para transportar a proteína Spike, que é por onde o coronavírus se liga às células humanas. Esse fragmento da proteína Spike instrui o corpo a induzir a resposta imune contra a covid-19.
A nova vacina usará a proteína da variante Gama, de acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cepa do coronavírus predominante no país.
Assim como a vacina da gripe, a ButanVac é criada dentro de ovos embrionados, não havendo necessidade de insumos importados. O número e intervalo das doses serão definidos após o fim dos testes clínicos.