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Coronavírus: confirmados primeiros casos contraídos fora da China

Alemanha e Japão têm as primeiras vítimas de contágio pelo novo vírus que aconteceram fora da Ásia; número de mortos subiu para 106 na China

Saúde|Do R7

SP - SAUDE/VIRUS - GERAL - Foto de estudio de seringa e tubos de ensaio, ilustra o Coronavirus
SP - SAUDE/VIRUS - GERAL - Foto de estudio de seringa e tubos de ensaio, ilustra o Coronavirus

A Alemanha confirmou na noite desta segunda-feira (27/01) o primeiro caso do novo tipo de coronavírus no país, que é também a primeira transmissão de pessoa para pessoa fora da Ásia. 

Por sua vez, o Ministério da Saúde do Japão diz que mais duas pessoas foram infectadas com o novo coronavírus no Japão. As informações são da rede de radiofusão alemã Deutsche Welle e do jornal NHK World-Japan.

No Japão, uma das vítimas é um homem de 60 anos da província de Nara. Ele é a primeira pessoa no país a ser confirmada infectada, apesar de não ter ido para a cidade chinesa de Wuhan, na província de Hubei, o epicentro do surto de coronavírus.

O ministério disse que o homem é um motorista de ônibus que dirigiu para turistas de Wuhan duas vezes em janeiro. No sábado passado, ele foi levado para um hospital na prefeitura. A infecção foi confirmada nesta terça (27).


O outro paciente é um homem de 40 anos que vive em Wuhan. Ele foi diagnosticado com pneumonia no domingo (26) em um hospital na província de Aichi.

Na Alemanha, o infectado é um homem de 33 anos, da região de Starnberg, na Baviera, disse um porta-voz do Ministério da Saúde de Munique. 


O número de mortos na China subiu para 106, e o de infectados, para mais de 4.500, informaram nesta terça-feira as autoridades chinesas. Até agora, fora da China havia registro de apenas uma transmissão de pessoas para pessoa, no Vietnã.

De acordo com a força-tarefa de infectologia da Secretaria Estadual de Saúde e Segurança Alimentar (LGL, na sigla em alemão) da Baviera, o primeiro paciente infectado pelo vírus registrado no país está isolado, sob supervisão médica e em boas condições clínicas. O risco de infecção para a população da Baviera é considerado baixo, afirma o órgão.


"As pessoas que estiveram em contato próximo com o paciente foram informadas detalhadamente sobre possíveis sintomas, medidas de higiene e formas de transmissão", acrescentou a LGL em comunicado.

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, a secretária de Saúde da Baviera, Melanie Huml, disse que a situação está sendo levada "muito a sério". "Nós estamos muito bem preparados", acrescentou. Cerca de 40 pessoas estão sendo monitoradas.

Segundo Huml, o infectado é funcionário da multinacional alemã Webasto, com sede em Stockdorf, na Baviera, e escritórios na China e uma grande fábrica na região de Wuhan.

No dia 21 de janeiro, ele participou de um treinamento em Stockdorf, dado por uma colega chinesa, que havia chegado à Alemanha no dia 19.

Ela não apresentava sintomas e começou a se sentir mal apenas na viagem de volta. O período de incubação do novo coronavírus é de 1 a 14 dias e já se sabe que ele pode ser transmitido antes do aparecimento dos primeiros sintomas.

A funcionária chinesa vive em Xangai, mas seus pais moram na região de Wuhan, epicentro do novo vírus, e a haviam visitado recentemente. Após retornar à China em 23 de janeiro, ela teria recebido tratamento médico, e o vírus foi diagnosticado. Assim que recebeu essa informação, na última segunda, a Webasto disse ter informado as autoridades de saúde na Baviera.

Nesta terça-feira, o médico-chefe da clínica onde o paciente foi internado em Munique disse que, após ter sentido sintomas de gripe no fim de semana, ele já está sem febre e não tem mais sintomas no sistema respiratório. O médico afirmou não haver risco de contágio para outros pacientes internados no local.

Pessoas que tiveram contato próximo com o homem de 33 anos foram orientadas a permanecer em casa. Por enquanto não há outros casos suspeitos de pessoas que apresentaram sintomas do vírus.

Quase todas as infecções registradas até o momento na Europa, na Ásia e em outros países foram importadas, ou seja, de pessoas que estiveram na China recentemente.

De acordo com Susanne Glasmacher, porta-voz do Instituto Robert Koch – responsável pelo controle e prevenção de doenças na Alemanha –, é muito mais concreto no país atualmente o risco de infecção pelo vírus influenza do que pelo novo coronavírus.

"Já temos na atual onda de gripe na Alemanha de 13 mil a 14 mil casos de influenza confirmados em laboratório e mais de 30 mortes", disse Glasmacher em entrevista à emissora Rundfunk Berlin-Brandenburg (rbb).

Os vírus da gripe causam muitas mortes na Alemanha anualmente. Particularmente grave foi o período de gripes de 2017/2018, quando cerca de 25 mil pessoas morreram no país devido à doença.

Wuhan registra 22 mortes em um dia

A maioria dos novos casos do coronavírus e das mortes registrados na China foi na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Só na cidade, foram detectados na segunda-feira 892 novos casos e 22 mortes. Até o momento, o Tibete é a única província chinesa sem infectados. Fora da China, já são 44 casos.

Os números divulgados pelos órgãos da China e pela imprensa estatal consideram como nacionais os cinco casos confirmados até o momento em Taiwan, considerada pelo governo local como uma província rebelde.

A China enviou quase 6 mil médicos de todo o país para Hubei para reforçar a luta contra o surto. Um total de 4.130 médicos já chegaram e começaram a trabalhar, disse Jiao Yahui, da Comissão Nacional de Saúde, durante uma coletiva de imprensa realizada em Pequim. Outros mais de 1,8 mil médicos chegarão até o final do dia.esta terça-feira.

Alguns países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal prepararam a retirada de seus cidadãos de Wuhan. O Japão anunciou que vai enviar ainda nesta terça-feira um avião para retirar cerca de 200 pessoas da cidade chinesa. As Filipinas suspenderam a emissão de vistos para China para evitar que o surto chegue ao país.

As região de Wuhan segue isolada. O período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar nesta quinta-feira, foi estendido para tentar limitar a movimentação da população.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu nesta segunda-feira um erro na avaliação derisco global do novo coronavírus e disse que o nível correto é elevado. Anteriormente, ele havia sido apontado como moderado.

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