Coronavírus corresponde por 94,7% dos casos de síndrome respiratória
Estudo do sistema InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), identificou predominância de Sars-CoV-2 entre ocorrências diagnosticadas em laboratório
Saúde|Ricardo Pedro Cruz, do R7
O novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi responsável por 94,7% dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) diagnosticados até a 24ª semana epidemiológica, de acordo com dados do sistema eletrônico InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
No último período, de 7 a 13 de junho, os indicadores foram classificados pela instituição como "muito altos" e, portanto, ajudam a compreender o impacto da pandemia no sistema de saúde brasileiro.
A estimativa, considerando o tempo necessário para a conclusão dos processos de diagnósticos, é que 210.767 ocorrências de SRAG foram registradas até o momento —podendo variar entre 200.482 e 22.995, por conta dos prazos para a inclusão de dados na plataforma.
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Do total, analisando apenas os resultados investigados por algum método de testagem, 1,4% são de influenza A, 0,7% de influenza B, 1,1% de VSR (vírus sincicial respiratório), enquanto há uma predominância do agente responsável por provocar a infecção respiratória covid-19.
Só nos seis primeiros meses de 2020, fase em que a crise sanitária passou a atingir todos os estados do País, 181.863 casos de síndrome respiratória foram reportados ao sistema. Segundo a Fiocruz, 77.705 (42,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 54.927 (30,2%) negativos e 35.867 (19,7%) em investigação.
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“É importante destacar que, para fins de embasamento de ações relacionadas a distanciamento social, é fundamental analisar os presentes dados em conjunto com a taxa de ocupação de leitos das respectivas regionais de saúde, uma vez que o número de novos casos semanais de SRAG ainda se encontra elevado mesmo nos estados que apresentaram queda", alerta Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, por meio de relatório técnico.
Óbitos por SRAG no Brasil
O novo coronavírus também foi identificado em 98,5% dos óbitos por SRAG com diagnóstico laboratorial.
O sistema eletrônico, ao todo, contabilizou 41.383 mortes por síndrome respiratória, sendo 26.056 (63,0%) com resultado positivo para algum vírus, (24,7%) negativos e 2.326 (5,6%) em investigação.
Considerando apenas os positivos, 0,5% são de influenza A, 0,2% de influenza B, 0,1% de VSR (vírus sincicial respiratório), e o restante de Sars-CoV-2.