Coronavírus: respondemos as principais perguntas sobre o surto
O que é, os principais sintomas e como prevenir a doença que surgiu na China e se espalha pelo mundo, assustando toda a população
Saúde|Do R7
Um novo tipo vírus que causa problemas respiratórios tem colocado o mundo em estado de alerta nas últimas semanas: o coronavírus de Wuhan.
Apesar de ter tido seus primeiros casos diagnosticados na província de Hubei (a capital é a cidade de Wuhan), no centro da China, a epidemia já se espalhou de seu ponto inicial para outras cidades chinesas e também para cerca de 15 países.
O R7 preparou um especial respondendo as principais questões sobre a nova doença, que tem gerado preocupação em muitos brasileiros
O que é o coronavírus?
O agente que infectou mais de 6.000 pessoas até agora, a maioria na província de Hubei (que tem 48 milhões de habitantes), é uma variante de uma família de vírus conhecida, os coronavírus, e foi nomeado de 2019-nCoV.
Os coronavírus são uma família conhecida por provocar doenças respiratórias de intensidade leve e poucos deles são capazes de infectar pessoas. No entanto, mutações recentes desse vírus foram responsáveis por surtos de SARS (síndrome respiratória aguda grave), surgida na China em 2002, e de MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio), em 2012.
Até agora, os cientistas acreditam que a fonte primária do vírus atual seja animal, provavelmente de um mercado de alimentos em Wuhan, mas ainda não foi identificado o caminho inicial de transmissão.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da infecção pelo 2019-nCoV se assemelham aos de uma gripe, "só que um pouco mais forte", afirma a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo. O vírus causa febre, tosse, coriza, mal-estar, febre, falta de ar e dificuldade em respirar. "E aí, nos raio-x dos pulmões acaba detectando uma pneumonia", acrescenta a médica.
Quais são as possíveis formas de transmissão?
Autoridades chinesas sustentavam que a transmissão vinha se dando pelo contato com animais infectados em um mercado de alimentos em Wuhan, mas segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), nas primeiras semanas, ocorreram também "limitadas transmissões de humano para humano". Foi a partir desta semana, que mais casos começaram a ser contabilizados.
Quais cuidados tomar para evitar o vírus?
A OMS recomenda, em locais de risco, evitar o contato "desprotegido" com animais ou com pessoas com sintomas semelhantes aos de gripe e resfriado.
Além disso, recomenda-se lavar as mãos ou higienizar com álcool, cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir e que carnes e ovos só sejam ingeridos depois de devidamente cozidos.
Qual a letalidade?
A taxa de letalidade calculada com base nos últimos dados oficiais divulgados pelas autoridades locais é de 2,2%. A MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio), outro tipo de coronavírus, possui taxa de mortalidade de 39%. O ebola chega a 60%.
Quais são os perigos do vírus?
"Esse vírus de agora, apesar de ser extremamente inicial, parece ser de menor gravidade. Temos um óbito até agora. Mas também não dá para falar que é um vírus leve", afirma a infectologista do Instituto Emílio Ribas.
Ela ressalta que foram poucos os casos em Wuhan que precisaram ir para a UTI. A principal preocupação envolve pessoas com problemas respiratórios, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica.
"Nesses casos, se pegar um vírus desses, a tendência é de ter um quadro mais grave."
O infectologista Filipe Piastrelli, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que os casos estão concentrados em populações mais velhas, e os pacientes mais vulneráveis são pessoas que já têm alguma doença prévia.
“O primeiro estudo em relação a esse novo vírus avaliou 49 casos e obteve uma idade de média de 49 anos. O último relatório da OMS mostrou que a idade média era de 45 anos. De qualquer maneira, os casos se concentram na população adulta de meia idade e idosos".