Covid-19: Moderna pode ter dados sobre eficácia da vacina em outubro
Farmacêutica afirmou nesta quinta-feira (17) que é a 1ª a apresentar um relatório detalhado, o que se mantém em segredo por competitividade
Saúde|Da EFE
O CEO da Modern Pharmaceuticals, Stephen Bancel, afirmou nesta quinta-feira (17) que os dados sobre a eficácia da vacina contra a covid-19 poderão ser concluídos em outubro, embora considere que seja mais provável em novembro.
As declarações do Bancel foram feitas ao canal de TV CNBC depois que a Moderna apresentou o seu esperado primeiro relatório detalhado sobre o andamento da fase 3 dos testes clínicos de sua vacina contra o novo coronavírus, que já alcançou mais de 25 mil participantes de um total de 30 mil.
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Além disso, a Moderna já forneceu a segunda dose da vacina a 10 mil voluntários e garantiu que está se preparando para o "potencial lançamento comercial do mRNA-1273", como é conhecida a vacina.
O Bancel garantiu que o plano é ter "um relatório de eficácia provisório" em novembro, embora tente apresentá-lo em outubro. “Acho improvável, mas é possível. Se o índice de infecção no país [EUA] for reduzido nas próximas semanas, poderemos ter um cenário onde haveria [a publicação] em dezembro”.
Os testes são elaborados para verificar nos 50% que recebem a vacina se contraem a doença ou não e, para isso, o índice de infecção é uma variável importante.
A notícia da Moderna fez com que as ações da farmacêutica, sediada em Massachusetts, subissem quase 3%, depois de permanecerem relativamente baixas devido à falta de informações sobre o andamento da fase 3.
O relatório do protocolo, de 135 páginas, é mais cauteloso do que o Bancel ao fazer projeções sobre se a vacina é eficaz e segura para produção e distribuição em massa e considera que as primeiras análises seriam realizadas em dezembro e os resultados mais definitivos não chegariam até a primavera de 2021.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu que a vacina contra a covid-19 estará amplamente disponível até o final do ano, apesar de especialistas de seu próprio governo terem dito que será preciso esperar até 2021.
O presidente também disse na quarta-feira (16) que espera que a vacina esteja disponível em outubro, provavelmente, segundo seus cálculos, poucos dias antes das eleições de 3 de novembro, nas quais está em jogo sua reeleição.
A Moderna está, junto com a AstraZeneca e a Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech, um dos mais promissores desenvolvedores da vacina contra covid-19.
A AstraZeneca teve que interromper temporariamente os testes devido a um participante ter apresentado reação adversa e só reiniciou os testes em alguns países.
A Pfizer, que usa tecnologia de RNA mensageiro semelhante à Moderna, espera ter resultados preliminares de eficácia e segurança em outubro.
A Moderna garantiu esta quinta-feira (17) que é a primeira a apresentar um relatório com protocolos tão detalhados, algo que se mantém em segredo por medo de perder competitividade.