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Covid-19: vacina que deve ser cedida ao SUS se mostra eficiente em testes

Mais de 90% dos voluntários das primeiras fases do imunizante, que tem parceria com Butantan, desenvolveram anticorpos, segundo fabricante chinês

Saúde|Sofia Pilagallo, do R7*

Terceira e última fase de testes da vacina será realizada no Estado de São Paulo
Terceira e última fase de testes da vacina será realizada no Estado de São Paulo

A empresa chinesa de tecnologia Sinovac Biotech anunciou que a vacina para covid-19 se mostrou eficiente e segura em testes de laboratório: mais de 90% dos voluntários que participaram das duas primeiras fases do imunizante desenvolveram anticorpos e nenhum deles apresentou efeitos colaterais graves. Participaram do experimento um total de 743 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 59 anos.

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A terceira e última fase de testes, considerada fundamental para comprovar a eficácia da vacina, será realizada no Estado de São Paulo em uma parceria da empresa chinesa com o Instituto Butantan.

Cerca de 9 mil voluntários participarão dos testes que se iniciam em três semanas. A vacina será cedida ao SUS (Sistema Único de Saúde) para distribuição gratuita, segundo divulgado pelo governo de São Paulo.

Nesta fase, os participantes serão divididos em dois grupos: metade tomará a vacina e metade receberá um placebo ou outro imunizante que não protege contra o novo coronavírus. Segundo o infectologista Alexandre Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp, essa metodologia é chamada de ensaio clínico randomizado duplo cego.


“Nem os voluntários nem os pesquisadores sabem quem está recebendo a vacina para a covid-19, um imunizante não específico ou o placebo. Cada paciente recebe um número de identificação. No final da pesquisa, esses dados são abertos e só a partir daí é possível saber se quem tomou a vacina contra o novo coronavírus se protegeu mais do que quem tomou um imunizante não específico ou placebo”, afirma.

A vacina utiliza pedaços inativos do novo coronavírus. Segundo o especialista, por um lado, isso torna o imunizante mais seguro. “Atualmente quase não se produzem mais vacinas com o vírus ativado, pois pode-se obter o efeito contrário – infectar a pessoa da doença que se deseja prevenir –, sobretudo se o indivíduo tiver alguma doença imunossupressora, como Aids.”


Por outro lado, diz o médico, vacinas que se utilizam de pedaços de vírus ou um vírus morto não são tão eficientes. Nesses casos, é preciso adicionar ao imunizante os chamados adjuvantes, substâncias que melhorariam sua efetividade.

O adjuvante usado pelo laboratório chinês é uma formulação de alumínio, que “pareceu promover altas quantidades de anticorpos neutralizantes”, segundo artigo publicado na revista científica Nature no dia 4 de junho. O texto sugere ainda que o alumínio começou a ser estudado entre 1930 e 1940 e tem um histórico comprovado e incomparável de segurança e eficácia. Ainda não se sabe ao certo por que o elemento químico induziria esses altos níveis de anticorpos.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Ginaini

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