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Delta começa a perder espaço para Ômicron após oito meses em alta

Relatório epidemiológico mostra que nova variante começa a ter focos de contágio sem relação com pessoas vindas de outros países

Saúde|Da EFE

Até meados de 2021, casos da variante Delta eram dominantes no mundo
Até meados de 2021, casos da variante Delta eram dominantes no mundo

O percentual de casos globais da variante Delta da Covid-19 está caindo pela primeira vez desde abril, enquanto o da Ômicron continua aumentando. A nova variante já está presente em surtos de transmissão comunitária, alertou nesta quarta-feira (15) a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Em seu relatório epidemiológico semanal, a agência afirma que, embora a maioria dos casos de Ômicron identificados desde novembro em mais de 70 países esteja relacionada a viagens, já começa a haver focos de contágio dessa variante em uma mesma comunidade.

Segundo a OMS, a variante Delta, que em meados do ano já era a dominante em nível mundial e antes da Ômicron chegou a concentrar 99,8% dos casos sequenciados, responde por 99,2% desses casos na última medição realizada pela rede global de laboratórios Gisaid, que colabora com a OMS.

Dos 879 mil casos sequenciados em laboratório pela rede nos últimos 60 dias, a grande maioria (872 mil) ainda era da variante Delta, mas a Ômicron já respondia por 3.755 casos (0,4%), sendo que há uma semana esse percentual era de 0,1%, o que indica uma rápida progressão.


Os dados atuais, acrescenta o relatório, parecem revelar que a variante Ômicron tem vantagens evolutivas sobre a Delta na transmissão, e que está fazendo isso mais rápido.

Essa questão foi observada não apenas em países com incidência relativamente baixa de casos da Delta, como a África do Sul, o país onde a nova variante foi detectada pela primeira vez, mas também em outros onde a variante estava em níveis elevados, como o Reino Unido, acrescentou a OMS.


Em sua análise da Ômicron, a OMS reitera que a variante parece afetar a eficácia das vacinas contra infecção e transmissão, e que com ela também aumenta o risco de reinfecção.

Estudos preliminares independentes da OMS mostraram que a Ômicron reduz a proteção contra a reinfecção de quatro das principais vacinas contra a Covid-19, as produzidas por Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

No entanto, a variante não parece afetar os testes de PCR para detecção do vírus, o que pode ajudar a monitorar sua evolução, enquanto os tratamentos contra casos graves ou críticos de Covid-19 "devem continuar eficazes" contra a Ômicron, diz a OMS.

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