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Descuido com saúde faz dos homens as maiores vítimas do coronavírus

Dados sobre hábitos de higiene, alimentação e procura pelo sistema de saúde mostram por que a cada 10 vítimas fatais do coronavírus seis são homens

Saúde|Nayara Fernandes, do R7

Especialista explica por que coronavírus faz mais vítimas entre homens
Especialista explica por que coronavírus faz mais vítimas entre homens

Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada dez mortes por coronavírus seis são homens. Em outros países, como Itália, Espanha e Estados Unidos, a tendência se repete entre as vítimas fatais da pandemia, segundo pesquisas da organização Global Health 5050.

Ainda que estudos anteriores à pandemia mostrem que homens possuem maiores índices de fatalidade por síndrome respiratória aguda, ainda não é um consenso entre pesquisadores do coronavírus o motivo pelo qual a doença mata mais a população masculina. No Brasil, a psicóloga Carolina Caetano, que é mestre em análise de cognição de homens, aponta que as causas podem ser comportamentais. Segundo o relatório de Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, eles têm maior dificuldade de procurar ajuda médica.

“Essa dificuldade de prestar atenção à própria saúde não é de agora. Os homens têm muito mais reservas em recorrer ao sistema de saúde porque se sentem na obrigação de manter uma imagem de provedores infalíveis. Nós mulheres, por outro lado, já somos introduzidas aos cuidados médicos desde muito cedo.”

Não é apenas a resistência em procurar o médico que afeta o combate ao coronavírus para os homens. Segundo Caetano, eles também se sentem mais incrédulos sobre a gravidade da doença e são mais descuidados com hábitos de saúde e higiene, como lavar as mãos.


“No geral, os homens possuem uma falsa impressão de que não vão ser atingidos pela doença. Pesquisas apontam que 10% dos homens subestimam a gravidade do vírus em relação a 2% das mulheres, além das comorbidades causada por maus hábitos como tabagismo e má alimentação.”

O descuido pode ser com a própria saúde, mas, segundo Caetano, os efeitos podem ser sentidos no ambiente familiar, especialmente em época de pandemia. “Além de cair sobre a mulher da casa a responsabilidade de cuidado com a saúde masculina, ele também pode acabar contaminando toda a família se adoecer.”

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