Saúde Dupla cria dispositivo portátil que pode ajudar na detecção precoce do câncer de mama

Dupla cria dispositivo portátil que pode ajudar na detecção precoce do câncer de mama

Tecnologia utiliza onda sonoras para identificar anormalidades na região e é combinada à aplicativo de autoavaliação

Reuters

Resumindo a Notícia

  • Dupla cria dispositivo portátil que pode identificar precocemente o câncer de mama
  • A tecnologia usa ondas sonoras para achar anormalidades na região
  • O dispositivo é combinado a um aplicativo de autoavaliação
  • A criação ganhou o Prêmio James Dyson 2022
Tecnologia monitora a saúde da mama mensalmente

Tecnologia monitora a saúde da mama mensalmente

Reprodução / Reuters

Um dispositivo portátil que usa ondas sonoras para monitorar a composição do tecido mamário e ajudar na detecção precoce de anormalidades ganhou o Prêmio James Dyson 2022 do Reino Unido, que incentiva e gratifica ideais inovadoras de iniciantes.

Projetado por dois recém-formados do Imperial College London e do Royal College of Art, o aparelho – chamado Dotplot – é uma ferramenta doméstica de monitoramento da saúde da mama que ajuda a orientar as mulheres por meio de autoverificações mensais.

Cada usuário, primeiro, constrói um mapa personalizado de seu torso, inserindo medidas e digitalizando a área com o dispositivo portátil, que envia ondas sonoras ao tecido mamário para construir um modelo preciso.

O aplicativo, então, orienta as mulheres na autoverificação, mostrando quais áreas elas precisam escanear. O ponto que o usuário precisa verificar pisca no aplicativo até que uma leitura seja feita. A leitura de cada mês é comparada com as leituras registradas anteriormente, para destacar quaisquer anormalidades que se desenvolvam no tecido.

As codesenvolvedoras Debra Babalola e Shefali Bohra criaram o Dotplot em resposta aos inúmeros métodos e às informações conflitantes que aconselham as mulheres a realizar autoverificações.

"O Dotplot é uma ferramenta que criamos que apenas orienta as mulheres em suas autoverificações a cada mês. Então, estamos reunindo um dispositivo portátil e um aplicativo móvel que mostrará como fazer sua autoavaliação e garantir que seja feito completamente", explicou Bohra.

A própria Bohra descobriu um nó incomum em um de seus seios, depois de um treino na academia. Felizmente, isso acabou não sendo grave, e o nó se resolveu sozinho. Mas, surpresas com a falta de soluções caseiras para a detecção precoce do câncer de mama, Bohra e sua codesenvolvedora definiram as ambições delas de construir um produto para atender a essa necessidade.

"Se isso fosse algo que pudesse me incomodar, e se as pessoas tivessem nódulos reais, quão incomodadas elas ficariam e quais são as ferramentas que elas usam para se livrar da ansiedade que elas têm? Domínio da autoverificação", disse Bohra à Reuters.

O tratamento do câncer de mama pode ser altamente eficaz, especialmente quando ele é detectado precocemente. Existem muitas razões para que os nódulos se desenvolvam na mama, e a maioria deles não é cancerosa. Mas o Dotplot pode fornecer uma maneira fácil de monitorar e detectar qualquer coisa preocupante desde o início, dizem elas.

"Se houver alguma mudança suspeita da qual achamos que você deve estar ciente, [Dotplot] informará isso e a incentivará a consultar seu médico de família ou sua clínica de mama, para que possa ser verificado – caso seja alguma coisa séria que você deva saber", disse Babalola.

Ter ganhado a etapa do Reino Unido do Prêmio James Dyson injetará £ 5.000 (o equivalente a R$ 29.950) no projeto da Dotplot. Babalola e Bohra agora estão procurando recrutar mais membros para a equipe, a fim de refinar ainda mais seu dispositivo. Elas visam a ensaios clínicos nos próximos dois anos.

A dupla também espera desenvolver ainda mais o dispositivo, para aplicar a tecnologia para monitorar outras alterações nos tecidos.

"Em primeiro lugar, nosso foco principal agora é fazer isso pela saúde da mama. O próximo foco é olhar para o câncer testicular para homens e, depois, para o sarcoma de tecidos moles", relata Bohra.

Em 2021, o câncer de mama ultrapassou o câncer de pulmão como a forma mais comum da doença, respondendo por quase 12% dos novos casos a cada ano em todo o mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

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