Em caso intrigante, gêmea sente os mesmos sintomas de câncer da irmã, mesmo sem a doença
Sophie Walker, de 16 anos, foi diagnosticada com tumor de Wilms aos 10 anos e luta contra ele até hoje; Megan Walker passou por diversos exames, que não detectaram nada
Saúde|Do R7
Duas irmãs gêmeas idênticas compartilham os mesmos sintomas de câncer renal, apesar de apenas uma delas sofrer, de fato, com a doença. Sophie e Megan Walker, de 16 anos, têm intrigado especialistas no Reino Unido.
Sophie foi diagnosticada com tumor de Wilms – responsável por cerca de 6% dos cânceres em crianças menores de 15 anos, segundo o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento – em 2017, aos 10 anos, após sentir cólicas estomacais.
Desde então, ela passou por uma série de tratamentos, mas teve três recaídas (retorno da doença).
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O primeiro tratamento foi combinar uma cirurgia para remover o tumor a 27 semanas de quimioterapia. Em abril de 2018, ela entrou em remissão. Porém, em janeiro de 2020, uma ressonância magnética detectou anormalidades em sua coluna.
Em razão da pandemia de Covid-19, a cirurgia no local e as três semanas de radioterapia previstas, que deveriam ser feitas em abril de 2020, aconteceram tardiamente. Mas, mesmo diante disso, ela entrou em remissão em janeiro de 2021.
Contudo, Sophie teve a terceira recaída em dezembro do mesmo ano e passou por quimioterapia até maio de 2022. Em novembro do mesmo ano, ela entrou em remissão.
Neste processo, sua irmã gêmea teve muitos dos seus sintomas, como dor de estômago e nas costas, palidez e perda de peso.
Megan chegou a passar por vários testes e uma ressonância magnética, que não detectaram qualquer sinal da doença.
"Não apareceu nada, não há absolutamente nada de errado com ela. Os especialistas estão me dizendo que é apenas uma 'coisa de gêmea', o que eu acho totalmente bizarro. Nunca ouvi falar de gêmeos idênticos ficando doentes ao mesmo tempo, quando um deles não está doente", disse Rebecca Walker, mãe das meninas, ao tabloide britânico Daily Mail.
Ela complementa que, "quando Sophie foi diagnosticada pela primeira vez, Megan tinha todos os sintomas. As pessoas comentam o tempo todo como ela parece doente – ela está ainda mais pálida do que a irmã."
Especialistas sugerem que a forte empatia que gêmeos, e irmãos de forma geral, têm um pelo outro poderia explicar essas reações físicas, mas não há nada comprovado.
Atualmente, Sophie está sob cuidados paliativos após uma avaliação médica padrão (feita em dezembro do ano passado) apontar danos significativos da doença.
"Fomos fazer um check-up de Sophie um dia e, no dia seguinte, fomos chamados de volta. Tudo o que a médica pôde dizer foi que os resultados 'não eram bons' – e ela começou a chorar", lembrou Rebecca.
De acordo com a mãe das meninas, tudo que a médica conseguiu dizer foi para "levá-la embora e criar memórias, enquanto ela está bem o suficiente."
A família ainda luta para conseguir outra opção de tratamento.
Eles encontraram uma equipe de cirurgiões dispostos a remover o tumor de Sophie, porém ainda não é uma cura. Enquanto isso, a adolescente não deixa de lutar.
Hoje, ela tem de lidar com a ansiedade e a depressão enquanto combate à doença.
De acordo com a mãe, sua irmã gêmea tem passado por tudo com ela e se sentido "exatamente da mesma maneira".
"Megan simplesmente não consegue lidar com as coisas se Sophie não está lá. Temos uma grande família [são dez irmãos], e todos cuidam uns dos outros, mas Megan tem lutado muito", relatou Rebecca.
A irmã gêmea tem sido a responsável pelas idas ao hospital.
"Enquanto os mais velhos cuidam dos mais novos em casa, Megan fica no hospital ao lado de Sophie, às vezes até as três da manhã", lembra a mãe.
A família Walker também está com uma vaquinha virtual aberta na plataforma para arrecadar fundos para os possíveis tratamentos que Sophie pode precisar além da cirurgia.
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