Em estudo, Fiocruz alerta para uso crescente de fentanil no país
Opioide é utilizado como analgésico para dores em ambiente hospitalar e causa rápida dependência química
Saúde|Do R7
Uma análise realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com o Centro de Epidemiologia e Política de Opioides da NYU (Universidade de Nova York) Grossman School of Medicine, apontou os riscos e desafios enfrentados pelo Brasil devido ao uso crescente de fentanil de forma não médica e indiscriminada.
O comentário foi publicado nesta terça-feira (9) na versão online da revista The Lancet Regional Health — Americas. A data coincide com o Dia Nacional de Conscientização sobre o Fentanil, promovida nos Estados Unidos, onde, anualmente, são estimadas 70 mil mortes por overdose e uso indevido da droga analgésica, que causa rápida dependência química.
O alerta nacional sobre o uso ilícito de fentanil veio após a primeira apreensão do analgésico, ocorrida no Espírito Santo, em março deste ano, o que despertou vigilância e tomada de ações estratégicas para controle e prevenção da circulação e utilização da droga no país.
•Compartilhe esta notícia no WhatsApp
•Compartilhe esta notícia no Telegram
Segundo o artigo, o Brasil deve tomar nota dos acontecimentos nos Estados Unidos, além de adotar medidas, por meio de órgãos de regulação e autoridades, para o controle da utilização da substância.
O autor do artigo, Inácio Bastos, pesquisador titular do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), afirma que o sistema brasileiro vem agindo corretamente e ressalta a importância de dar foco às ações ligadas ao controle de demanda do fentanil.
Leia também
Ainda de acordo com o artigo, é necessário maior vigilância do fentanil médico e de outros opioides, de modo a evitar o desvio e o uso indevido das medicações, especialmente em ambientes ambulatoriais; investimento em vigilância e pesquisas, para entender padrões de mudança na utilização e no abuso de substâncias pela população; integração de apreensões com análises toxicológicas criteriosas; e adoção de protocolos de tratamento e conscientização dos profissionais de saúde que atendem em emergências públicas e privadas.