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Entenda a doença rara que fez o ator Ashton Kutcher pensar que morreria

Ele revelou ter sofrido, há cerca de dois anos, de uma condição que afetou a visão, audição e até o equilíbrio

Saúde|Do R7

Ator passou cerca de um ano em tratamento para recuperar visão, audição e equilíbrio
Ator passou cerca de um ano em tratamento para recuperar visão, audição e equilíbrio

O ator Ashton Kutcher revelou que sofreu há dois anos com uma doença rara que o fez pensar que iria morrer. O ex-marido de Demi Moore, afirmou em entrevista ao programa Running Wild with Bear Grylls, do canal National Geographic, que passou por uma série de tratamentos após ser diagnosticado com um tipo raro de vasculite.

"Eu tive essa forma estranha e super rara de vasculite que derrubou minha visão, minha audição, como todo o meu equilíbrio", afirmou o ator a Bear Grylls, em uma prévia do programa, que vai ao ar na noite desta segunda-feira (8).

O astro desabafou que, quando os sintomas surgiram, pensava: "'Eu não sei se vou conseguir ver de novo, não sei se vou conseguir ouvir de novo, não sei se vou' nunca mais vou poder andar'. Tenho sorte de estar vivo".

A vasculite é descrita pelo NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) como uma condição em que "o sistema imunológico ataca os vasos sanguíneos saudáveis, fazendo com que fiquem inchados e estreitos".


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O professor de reumatologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, José Roberto Provenza, explica que esta condição dos vasos sanguíneos diminui a chegada de oxigênio aos tecidos e pode comprometer a funcionalidade dos sistemas do corpo humano.

"Aquela área vascularizada por aquele conjunto de vasos que foi acometido pela vasculite acaba causando uma perfusão sanguínea muito pequena, portanto você leva a um quadro isquêmico – falta de oxigênio –, no caso desse ator, me pareceu ser sistema nervoso central", diz Provenza.


Segundo o NHS, a condição pode ser desencadeada "por uma infecção ou um medicamento, embora muitas vezes a causa seja desconhecida".

O professor cita como exemplo a vasculite desenvolvida a partir do uso de drogas lícitas (anti-inflamatórios, por exemplo) e ilícitas, como a cocaína, e a infecção por Covid-19 e/ou HIV (vírus da imunodeficiência humana).


São vários os tipos e as manifestações desta doença. Embora o ator não tenha dito qual o afetou, os sintomas descritos por ele se encaixam nas definições da síndrome de Cogan.

De acordo com a organização sem fins lucrativos Vasculitis Foundation, está é "uma doença autoimune rara que afeta principalmente os olhos e os ouvidos internos, mas também pode causar inflamação dos vasos sanguíneos – uma condição conhecida como vasculite".

Os principais sintomas incluem:

• Vermelhidão e dor nos olhos, visão diminuída ou turva, sensibilidade à luz e produção excessiva de lágrimas;

• Perda auditiva, em alguns casos permanente, acompanhada de sensação de pressão no ouvido e/ou zumbido nos ouvidos;

• Vertigem (uma sensação de que a sala está girando) e tontura geral;

• Perda de equilíbrio;

• Dor muscular e cãibras, dor nas articulações, dor de cabeça, febre e perda de peso;

• Sopros cardíacos ou outros problemas cardíacos podem se desenvolver.

"A síndrome de Cogan é uma doença muito grave, dificilmente tem uma recuperação da maneira que ele [possivelmente] teve, mas, de qualquer maneira, não dá para descartar essa possibilidade. É uma boa hipótese diagnóstica", informa Provenza.

A organização salienta, em sua página, que a síndrome de Cogan pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas afeta mais frequentemente adultos na faixa de 20 a 30 anos. Kutcher tem 44 anos.

O ator contou ainda que demorou cerca de um ano para se recuperar completamente. 

"O tratamento da síndrome de Cogan depende dos sintomas, da gravidade da doença e da presença de vasculite. Medicamentos esteroides são normalmente iniciados no início da doença para inflamação ocular e diminuição da audição", descreve a Vasculitis Foundation.

Em alguns casos mais graves, quando há perda auditiva, o tratamento pode envolver implantes cocleares – dispositivos eletrônicos colocados no ouvido por meio de cirurgia.

Se houver comprometimento da visão, também pode ser necessário um transplante de córnea.

"Quando essas doenças ocorrem, basicamente o tratamento se faz atentando para a causa específica, mas quando é uma doença autoimune, normalmente a utilização é de corticóide em altas doses e imunossupressores", acrescenta o professor. 

Provenza diz que uma das dificuldades no tratamento da vasculite é a definição da doença, pois não há um exame específico que possa indicar o diagnóstico. Sendo assim, os pacientes são tratados por meio do conjunto de sinais e sintomas.

Por ser uma doença crônica, é possível que pacientes diagnosticados com essa síndrome possam ter períodos de recaída e remissão. Segundo o professor, "normalmente, esses pacientes têm que usar imunossupressores por tempo praticamente indeterminado e longuíssimo". 

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