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Entenda por que o amianto pode causar câncer e doença respiratória

Extração do mineral, matéria-prima de telhas e caixas d'água, está proibida no Brasil desde 2017; grupo de senadores quer a volta da sua produção no país

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Telhas de amianto oferecem risco à saúde quando desgastadas
Telhas de amianto oferecem risco à saúde quando desgastadas

A extração do amianto, um mineral à base de fibras, está proibida em 55 países, entre ele o Brasil. Matéria-prima utilizada na fabricação de telhas e caixas d'água, é considerado cancerígeno pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e "reconhecidamente cancerígena para seres humanos" pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer).

No entanto, quatro senadores - Davi Acolumbre (DEM), Vanderlan Cardoso (PP), Luis do Carmo (MDB) e Chico Rodrigues (DEM) - se manifestaram recentemente a favor da volta da produção da matéria-prima no país.

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Em um vídeo veiculado pela TV Senado, eles visitam uma mineradora e uma produtora de amianto em Goiás.


A oncologista Clarissa Baldotto, diretora da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), explica que o amianto está relacionado a vários tipos de câncer, principalmente de pulmão, laringe e ovário.

"Existe um tipo de câncer que é tipicamente associado ao amianto, que é o mesotelioma, um câncer da pleura, que é a pele que fica em volta do pulmão, e do peritônio, localizado no abdôme. É muito grave e de alta mortalidade. Esse tumor é considerado uma doença ocupacional. A pessoa que tem geralmente trabalhou com amianto", afirma.


As maiores vítimas são as pessoas que trabalham com a matéria-prima. O risco de câncer ocorre quando as fibras do amianto ficam suspensas no ar. Isso pode ocorrer em fábricas, minas, quando o material é quebrado ou desgastado.

"Ao ser aspirada, a fibra do amianto vai causando as lesões. O risco é o contato com esse pó. Existe também um risco ao se expor a telhas de amianto, mas não se sabe de quanto é esse risco, o quanto essas fibras ficam dispersas no ambiente", diz.


Ela ressalta que há estudos que mostram que esposas de trabalhadores de fábricas de amianto apresentam maior risco do desenvolvimento de tumor pelo simples contato com a roupa de seus maridos. "O amianto não oferece somente risco a quem trabalha com ele, mas também com quem ela tem contato e naquela na região", explica.

Segundo ela, a exposição contínua à substância aumenta o risco a doenças, mas não se sabe se o mínimo contato já causaria danos. "Não há uma medida de segurança", diz. 

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Além do câncer, o amianto provoca doenças respiratórias graves, como a asbestose, um problema sem cura causado especialmente pelo mineral, caracterizada por inflamação e fibrose nos pulmões. Os sintomas são falta de ar, cansaço e dor nas costas.

"A OMS definiu que os países devem banir a produção do amianto, o mundo todo está caminhando para isso, portanto, tentar reverter seu uso no Brasil é um retrocesso", afirma.

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