Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Equador tem a maior incidência de covid-19 na América do Sul

Estudo feito em 10 países sul-americanos analisou o número de infectados e comparou com o total de população; Brasil aparece em 5º lugar

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Caixões de metal são vendidos nas ruas de Guayaquil, maior cidade do Equador
Caixões de metal são vendidos nas ruas de Guayaquil, maior cidade do Equador Caixões de metal são vendidos nas ruas de Guayaquil, maior cidade do Equador

Embora o Brasil seja o país com o maior número de casos confirmados de covid-19 na América do Sul, não é o que tem a situação mais preocupante, segundo um estudo recente publicado na plataforma científica medRxiv.

A pesquisa - assinada por Stefano de Leo (Universidade Estadual de Campinas), Gabriel G. Maia (Universidade de Osaka/Japão) e Leonardo Solidoro (Universidade de Salento/Itália) - mostra as curvas epidemiológicas do coronavírus em 22 países e em quatro regiões italianas. Os números foram, então, comparados à população de cada localidade.

O estudo traz um capítulo específico sobre a América do Sul, com dez países avaliados, e mostra que Chile e Equador são os que registram o maior número de casos por milhão de habitantes em toda a região. O Brasil aparece em quinto lugar. 

"No continente sul-americano, enquanto o Brasil tem o maior número total de casos confirmados, Equador e Chile possuem o maior número de TCCpM [total de casos confirmados por milhão de residentes], tendo quase 5 vezes mais casos por milhão de habitantes do que Brasil. O Equador e o Chile mostraram as taxas de TCCpM mais preocupantes e, embora seu TCCpM ainda seja menor que o dos países europeus, seus casos são análogos aos da Suíça, com uma infecção mais disseminada", observam os autores.

Publicidade

Até o dia 2 de abril, o Equador, com 17,6 milhões de habitantes, registrava 3.163 casos confirmados de covid-19: uma taxa de 179,3 casos por milhão de residentes.

O Equador vive um colapso funerário causado pelo coronavírus. Houve registro de pessoas que morreram dentro de casa e seus corpos não foram retirados e também de cadáveres nas ruas.

Publicidade

As mortes, contabilizadas pelas autoridades até este domingo, no Equador chegavam a 315, mas há indícios claros de subnotificação, já que muitas pessoas estão sendo enterradas sem a realização dos testes para comprovar o vírus.

O Chile possui 19 milhões de habitantes e teve uma taxa de infectados de 178,5 por milhão.

Publicidade

O Brasil estava em quinto lugar, com uma taxa de 37,9. Na data do estudo, o país registava 8.044 casos confirmados em uma população total de 212,1 milhões.

Para efeito de comparação, se o Brasil registrasse a mesma taxa do Equador, em 2 de abril, teria cerca de 36 mil casos. 

Ontem, o Ministério da Saúde brasileiro contabilizava 20.727 casos de covid-19, com 1.089 óbitos.

Os autores identificaram que "o Brasil mostra uma menor taxa de propagação em relação aos países europeus", e cita que "medidas locais de saúde foram tomadas oportunamente a partir do dia 13 de março".

Além de Chile e Equador, a pesquisa cita também o Uruguai como um país com aumento rápido dos casos de covid-19.

Taxa de infecção por covid-19 por milhão de habitantes
Taxa de infecção por covid-19 por milhão de habitantes Taxa de infecção por covid-19 por milhão de habitantes

Taxa de infectados por milhão de habitantes (em 2 de abril)

Equador: 179,3

Chile: 178,5

Uruguai: 100,9

Peru: 43,0

Brasil: 37,9

Argentina: 25,1

Colômbia: 22,9

Paraguai:; 10,8

Bolívia: 10,6

Venezuela: 5,1

Um fato que o estudo não aborda é a incapacidade de alguns países em testar os pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, como é o caso da Venezuela. Por isso, possivelmente, tem a menor taxa entre os locais estudados na região.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.