Equipe médica aprende Libras para melhorar atendimento a surdos
Curso no Hospital da Luz, em São Paulo, ampliou integração com funcionários e pacientes com deficiência auditiva; SUS não oferece serviço
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
Ao chegar ao hospital, o paciente surdo enfrenta dificuldades no atendimento. Os obstáculos vão desde ouvir o painel da recepção até a descrição dos sintomas e comunicação com o médico.
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Para evitar transtornos desse tipo, o Hospital da Luz, na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, está oferecendo curso de Libras (Língua brasileira de sinais) a seus funcionários.
A ideia foi colocada em prática após a contratação de funcionários com deficiência auditiva, que se comunicavam apenas entre si, tornando-se isolados, segundo o hospital. O treinamento teve início em agosto.
A supervisora de enfermagem Erika Damasceno, 33, é uma das alunas do curso. Ela afirma que já sentiu dificuldade em atender um paciente surdo antes de aprender Libras. "Hoje, a partir do momento que identificamos esse paciente, podemos direcioná-lo ao atendimento especializado e acompanhar o médico. Já conseguimos identificar sintomas e enteder se ele é alérgico ou não, por exemplo", diz.
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De acordo com Neivaldo Zovico, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos de São Paulo (Feneis-SP), a implementação das Libras no atendimento médico é essencial, pois esses pacientes não recebem a atenção necessária, o que desmotiva a continuar os cuidados da saúde devido à falta de acessibilidade.
O Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece atendimento a pacientes por meio de Libras.
A deficiência auditiva afeta cerca de 466 milhões de pessoas no mundo, o equivalente a, aproximadamente, 5% da população mundial, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, 9,8 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, segundo o Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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