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Especialistas preveem novo pico da covid-19 no Estado de São Paulo

Alta de casos deve ocorrer em até 15 dias como consequência das festas do ano novo; variante do vírus no país gera preocupação

Saúde|Brenda Marques, do R7

Movimentação de pessoas na praia do Perequê em Ilhabela, SP
Movimentação de pessoas na praia do Perequê em Ilhabela, SP

As aglomerações registradas durante o feriado prolongado de final de ano, especialmente nas praias, devem agravar a situação da pandemia no estado de São Paulo, que já tem leitos de hospitais da capital com alta taxa de ocupação.

Um novo pico de casos de covid-19 deve ocorrer entre 10 e 15 dias, de acordo com o infectologista Carlos Lazar, professor da disciplina de moléstias infecciosas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

"Teremos a repercussão do fim de ano e será pior que a do Natal, porque nas festas de ano novo as aglomerações são muito mais intensas, com grandes grupos de pessoas que se reúnem. Não é uma festa familiar e tem o impacto de que foi em uma semana [de feriado] prolongada", compara.

A infectologista Ingrid Cotta, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, afirma que uma alta de casos já está acontecendo desde meados de outubro. "As nossas UTIs estão cheias. Já estamos vendo o aumento, principalmente em internações", destaca.


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Dentre as 50 vagas de UTI que a BP reserva para tratar casos de covid-19, 37 estão ocupadas, sendo que 32 pacientes têm o diagnóstico confirmado da doença e outros 5 estão com suspeita, de acordo com nota do hospital.

A médica acrescenta que o aumento de casos já era esperado não só por causa das festas, mas também pela falta de adesão da população às medidas que previnem contra a infecção pelo coronavírus. "As pessoas vão para a rua sem máscara. O uso está sendo abolido por algumas. Mesmo ao ar livre, é preciso usá-las", observa.


Lazar enfatiza que o descuido de cada um em relação às regras para evitar o contágio interfere na segurança coletiva. "A questão da solidariedade está incluída nesse aspecto. Quando você não pensa nos seus familiares que estão no grupo de risco...As praias ficaram lotadas e isso vai se traduzir para um problema que já está ocorrendo agora", reitera.

Ambos manifestam preocupação com a nova cepa do coronavírus que surgiu no Reino Unido e pode ser até 70% mais contagiosa, segundo o governo britânico. Os especiaistas lembram que as aglomerações aceleram ainda mais sua disseminação. Na segunda-feira (4), o estado de São Paulo confirmou os dois primeiros casos da variante no Brasil.

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