Estresse do Enem pode provocar diarreia e lapso de memória
Pressão em passar no exame pode repercutir na saúde física e mental; medo de falhar gera descarga de adrenalina e cortisona no organismo
Saúde|Brenda Marques, do R7
Milhões de pessoas farão a segunda etapa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no próximo domingo (10). A iminência da prova deixa muitos candidatos estressados. Essa situação desencadeia sintomas físicos e mentais, que vão desde diarreia até lapso de memória, de acordo com o pediatra Eduardo Goldenstein, membro do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
“Os adolescentes são alvo de muita exigência. Quando eles vão fazer a prova, têm medo de falhar e decepcionar os pais. Esse medo gera uma descarga de adrenalina e cortisona no organismo”, explica.
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Essa reação é o que Goldstein define como “estresse ruim”, capaz de desencadear inúmeros sintomas. “Pode ocorrer aumento ou diminuição da frequência cardíaca, tontura, dor de cabeça, diarreia, vontade de urinar e lapsos de memória”, descreve.
O estresse, na verdade, é uma reação natural do organismo. Ele ocorre quando uma pessoa está exposta a uma situação de perigo – como um possível atropelamento - e tem o objetivo de proteger o corpo.
“Ocorre uma liberação de adrenalina e cortisona, hormônios que controlam o metabolismo e estimulam glândulas”, esclarece Goldstein. “Além disso, o sistema nervoso entra em ação e tudo isso mantém o organismo equilibrado”, completa.
O exagero dessa reação – quando ocorre uma secreção exagerada de hormônios - é o que afeta a saúde, pois gera o efeito contrário no organismo. “Trata-se de uma situação de desequilíbrio e grande sofrimento. O corpo sai do seu normal”, define.
A cortisona, por exemplo, diminui a capacidade de defesa do sistema imunológico e deixa as pessoas mais vulneráveis a doenças.
Segundo ele, podem ocorrer ainda desmaio e ânsia de vômito, mas cada pessoa reage de uma maneira. Os sintomas também afetam o estado psicológico, despertando medo e insegurança.
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De acordo com o especialista, é possível prevenir esse estado emocional. Ele ressalta que é necessário conversar com o jovem para deixar claro que ele pode falhar. "Converse com o adolescente e tire essa fantasia de que ele não pode falhar. É comum falhar e, se isso acontecer, pode-se corrigir. A vida dele é mais importante do que qualquer prova", afirma.
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Ele explica que o estresse que antecede a prova é momentâneo. Quando o candidato percebe que sabe as questões, a sensação passa. "O estresse é sempre um caso agudo. Passada a causa, ele melhora", frisa.
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