Dois estudantes da universidade Ohio State, nos Estados Unidos, morreram na semana passada após tomar pílulas falsas de Adderall, medicamento estimulante do sistema nervoso central, usado indiscriminadamente em muitos casos por indivíduos que tentam buscar melhora do desempenho cognitivo. Segundo a emissora de TV estadunidense CBS News, o que as vítimas consumiram, na verdade, tinha o opioide sintético que é cem vezes mais forte que a morfina. "Esteja ciente da possibilidade de contaminações inesperadas ou de como as drogas podem interagir de forma insegura com o álcool. Drogas contaminadas podem resultar em uma reação grave e inesperada, incluindo a morte, de apenas um uso", escreveu a vice-presidente sênior para a vida estudantil da Ohio State, Melissa Shivers, em mensagem interna aos estudantes. O Adderall é um medicamento muito popular nos Estados Unidos. É composto por quatro sais de anfetamina e indicado para tratamento de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e narcolepsia. Por ser um estimulante do sistema nervoso central, ele pode ajudar na concentração, no aumento do tempo em que a pessoa fica acordada e redução do cansaço, por exemplo. Todavia, trata-se de um medicamento com alto potencial de dependência, a exemplo de drogas parecidas vendidas no Brasil, como o metilfenidato (Ritalina) e a lisdexamfetamina (Venvanse). Estas duas últimas aqui são amplamente utilizadas por estudantes e concurseiros, apesar de exigirem receita especial para serem compradas nas farmácias. Já o fentanil é um medicamento é aprovado nos EUA para o tratamento de dores intensas e vendido normalmente em adesivos transdérmicos ou pastilhas. O uso recreativo do opioide, entretanto, tem pouca participação das versões aprovadas. Ele é fabricado em laboratórios ilegais e vendido misturado a outras drogas. "Devido à sua potência e baixo custo, os traficantes têm misturado fentanil com outras drogas , incluindo heroína, metanfetamina e cocaína, aumentando a probabilidade de uma interação fatal", alerta o DEA (Departamento Antidrogas dos EUA). Essas doses letais costumam causar estupor (pessoa sem capacidade de reação), pele fria e úmida, com coloração azulada, insuficiência respiratória, coma e até morte. A overdose precisa ser revertida rapidamente com o uso de cloridrato de naloxona (Narcan).