Estudo científico confirma 95% de eficácia em vacina da Pfizer
Resultados, revisados por pesquisadores independentes, foram publicados nesta quinta-feira no The New England Journal of Medicine
Saúde|Do R7
Um estudo científico com análise interina da fase 3 de testes da vacina da Pfizer/BioNTech contra covid-19, publicado nesta quinta-feira (10), confirma o que a empresa já havia anunciado há algumas semanas: o imunizante confere 95% de proteção contra a doença e sem efeitos colaterais significativos.
Os resultados fazem parte de um artigo publicado no The New England Journal of Medicine, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo. Todos os achados durante o estudo foram revisados por pesquisadores independentes.
A fase 3 de ensaios clínicos é o último passo necessário para que o fabricante possa pedir registro ou autorização emergencial de uma vacina ou medicamento.
Neste estudo, foram analisados dados de 43.548 voluntários foram examinados em 152 locais de pesquisa nos Estados Unidos, Argentina, Brasil, África do Sul, Alemanha e Turquia.
Deste total, 43.448 receberam injeções, sendo que metade tomou a vacina em teste (chamada de BNT162b2) e a outra metade recebeu placebo. O procedimento é necessário para comparar os dois grupos.
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No grupo que recebeu a vacina, houve apenas oito casos de covid-19 iniciados pelo menos sete dias após a segunda dose. Entre os que tomaram placebo, foram 162 casos da infecção pelo novo coronavírus.
"Entre 10 casos de covid-19 grave com início após a primeira dose, 9 ocorreram em receptores de placebo e 1 em um receptor de BNT162b2", acrescenta o estudo.
Os efeitos colaterais mais relatados foram reações no local da injeção, como dor, vermelhidão e inchaço (84,1%), cansaço (62,9%), dor de cabeça (55,1%), dores musculares (38,3%), calafrios (31,9%), dores nas juntas (23,6%) e febre (14,2%).
Reações adversas severas foram observadas entre 0% e 4,6%, a depender da faixa etária, a partir da 2ª dose, e em pessoas com idade igual ou superior a 55 anos.
Todos os participantes do estudo serão acompanhados pelo período de dois anos — os dados disponíveis envolvem cerca de dois meses de monitoramento.
Os autores ressaltam que as pesquisas não abordam a prevenção da covid-19 por meio dessa vacina em adolescentes abaixo de 16 anos, crianças e mulheres grávidas.
Um trabalho complementar da imunização em um grupo de 12 a 15 anos será publicado posteriormente.
A FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, pode decidir ainda hoje sobre a liberação da vacina da Pfizer/BioNTech para uso emergencial no país. Se aprovada, o plano do governo prevê iniciar a distribuição em menos de 24 horas.