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Estudo mostra que anticoagulante inibe replicação do vírus da Covid

Descoberta de pesquisadores da Fiocruz pode, no futuro, auxiliar no desenvolvimento de antivirais específicos contra o coronavírus 

Saúde|Do R7, com Agência Brasil

Anticoagulante consegue inibir replicação do Sars-CoV-2
Anticoagulante consegue inibir replicação do Sars-CoV-2

Um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostrou que anticoagulante de uso oral com o princípio ativo apixabana é eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.

Os resultados foram publicados no periódico científico Journal of Molecular Cell Biology e divulgados hoje (7) pela Fiocruz.

Os pesquisadores constataram que uma enzima importantíssima no processo de replicação do coronavírus tem uma semelhança estrutural com uma substância envolvida no processo de coagulação, o que faz com que o anticoagulante interfira na multiplicação do vírus.

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A Fiocruz explica que esse tipo de medicamento já era recomendado para prevenir níveis altos de dímero D, que é o produto final da cascata de coagulação e está relacionado diretamente à Covid-19 severa.


“O uso de anticoagulantes ajuda a prevenir a Covid severa, e tínhamos a preocupação de descobrir se havia mecanismos adicionais para esse benefício clínico", explicou à Agência Fiocruz de Notícias um dos autores do estudo, o pesquisador Thiago Moreno Souza, do CDTS (Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde) da Fiocruz.

E acrescenta: "Esse trabalho mostra que sim [ajuda] e descreve como este mecanismo funciona, provando que essa atividade antiviral também pode estar contribuindo, em alguma magnitude, para o benefício clínico que esses pacientes têm".


O estudo utilizou outros inibidores, como o GC 376 e o rivaroxaban, mas o apixabana foi mais eficaz e se mostrou 21 vezes mais potente que os demais. 

Os cientistas envolvidos no estudo recomendam que a estrutura química do anticoagulante apixabana seja avaliada de forma mais profunda para que se possa entender com precisão como funciona essa interferência na replicação viral.


Compreender esse processo com mais precisão pode servir de ponto de partida para, no futuro, desenvolver antivirais específicos contra a Covid-19.

“Anticoagulantes de uso oral são relativamente novos na clínica médica; o mais frequente era que esse tratamento fosse feito com remédios injetáveis. Os estudos contra a Covid-19 utilizaram as mais diversas classes de anticoagulantes e, entre os de uso oral, testamos todos. Vimos que a melhor substância era a apixabana, o que pode motivar outros estudos, in vivo e clínico, para avaliar se de fato ele deve ser priorizado ante outros anticoagulantes no tratamento da Covid-19”, concluiu Thiago. 

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