Fibromialgia: entenda a doença incurável de Dani Valente
Problema é comum em mulheres e provoca dor generalizada
Saúde|Ana Luísa Vieira, do R7
A atriz Dani Valente, 40 anos, comoveu seus fãs nas redes sociais ao revelar nesta terça-feira (29) que sofre com a fibromialgia. Em uma publicação no Instagram, a atriz conta que foi diagnosticada há um ano com a doença. Ela afirma sentir “dores por todo o corpo, exaustão e uma depressão danada por não conseguir fazer 10% do que gostaria”. Incurável, a fibromialgia acomete cerca 2,5% da população brasileira.
De acordo José Eduardo Martinez, da comissão de fibromialgia da SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia), a doença é, de fato, caracterizada pela dor crônica generalizada, que é "aquela que afeta os lados esquerdo e direito do corpo, tanto acima quanto abaixo da cintura, além do segmento da coluna".
— No consultório, quando você apalpa os músculos de um paciente com fibromialgia, geralmente eles estão muito doloridos. Fora isso, quem sofre com fibromialgia também tem alto grau de fadiga, que é uma sensação de cansaço intenso, distúrbios do sono e, às vezes, distúrbios cognitivos, como esquecimento e falta de atenção.
Estresse e a fibromialgia
A fibromialgia costuma ser desencadeada por episódios de estresse: “A doença ocorre quando há uma atividade exagerada do sistema nervoso simpático — que é o sistema acionado pelo nosso organismo no estresse. O sistema nervoso simpático faz com que, frente a um problema, o corpo apresente reações físicas, como a dor. Quando essas reações são frequentes e intensas, o indivíduo desenvolve a fibromialgia”, explica o especialista.
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Por causa dessa ligação tão próxima da doença com o estresse, Martinez ressalta que é comum observar, em pacientes com fibromialgia, outras enfermidades relacionadas a crises de tristeza e ansiedade — como síndrome do intestino irritável e enxaqueca.
Fatores de risco
Predisposição genética e exposição frequente a ambientes e situações estressantes são fatores de risco para a fibromialgia. O médico completa ainda que, a doença se manifesta é muito mais comum em mulheres do que homens.
— A doença pode se apresentar em qualquer idade, mas, geralmente, observamos em maior grau nas mulheres de meia idade. Existem estudos que associam a doença a processos de desenvolvimento hormonal e maior sensibilidade à dor nas mulheres, mas ainda não são teorias comprovadas.
Tratamento
Para tratar a fibromialgia, os médicos costumam recomendar soluções que envolvem remédios e medidas complementares. "Fazer exercício físico, por exemplo, é fundamental. As atividades aeróbicas de baixo impacto são as ideais. Fortalecimento muscular também ajuda", aponta Martinez. Técnicas mais sofisticadas, como terapia cognitiva e comportamental e até mesmo acunpuntura, devem ser avaliadas caso a caso.
— No que diz respeito aos medicamentos, na maioria das vezes são usadas substâncias que influenciam na percepção da dor. É possível fazer isso, por exemplo, lançando mão de alguns antidepressivos, que inibem as sensações dolorosas. É o caso de remédios como duloxetina, amitriptilina e fluoxetina. Também acontece de serem receitados remédios que dificultam a passagem de estímulos dolorosos, como a pregabalina e a gabapentina. Fora isso, quando paciente temproblemas musculares como tendinite, analgésicos também auxiliam. De um jeito ou de outro, é sempre importante lembrar que a escolha do medicamento é individualizada e avaliada pelo médico, de acordo com a situação de cada paciente.
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Após o diagnóstico, é imprescindível que o fibromiálgico tome as rédeas do próprio tratamento, reforça o médico.
— Ele precisa conhecer a própria doença e os meios de enfrentá-la.
Em seu relato no Instagram, Dani Valente garante que já mudou seu estilo de vida: "Dou valor a cada momento alegre com a minha família. Foquei em escrever mais do que atuar. Escolho somente os trabalhos que me trazem alegria. Sem falar na alimentação saudável, contato com a natureza e a meditação", conclui a atriz.