Filho de sobreviventes do nazismo lidera Pfizer no combate à covid
Tessalônica, cidade natal de Albert Bourla, CEO da empresa, foi um dos locais em que os nazistas se instalaram em maior número
Saúde|Eugenio Goussinsky, do R7
Tessalônica já viveu invasões e sobreviveu com suas belezas naturais à beira do Mar Egeu. Segunda maior cidade da Grécia, já foi subjugada pelos romanos, otomanos, bizantinos e nazistas. Mas, de lá, tal qual sua Torre Branca, que resiste à erosão do tempo e às atrocidades humanas, surgiu alguém que, munido de conhecimentos científicos, está no comando de uma das frentes de combate à pandemia. O atual CEO da Pfizer, Albert Bourla, 59 anos, é, mais do que filho da cidade milenar, um conhecedor dos dramas humanos.
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Bourla é filho de sobreviventes do Holocausto na Segunda Guerra Mundial, quando sua cidade natal foi um dos locais em que os nazistas se instalaram em maior número.
A cidade já chegou a ser a que tinha o maior número de judeus na Europa, mas, antes da guerra, um movimento migratório reduziu a quantidade para 54 mil pessoas.
Com a invasão nazista, além das famosas estrelas amarelas, os judeus perderam todos os seus direitos, eram mortos ou obrigados a realizar trabalhos forçados e foram confinados em guetos, de onde a maioria foi enviada para campos de concentração.
Na noite da última quarta-feira (16), a história de Bourla ficou mais conhecida quando ele acendeu as velas da festa de Chanuká (festa das luzes) em uma cerimônia virtual organizada pela embaixada israelense em Washington, conforme informou o The Times of Israel.
Nascido na cidade grega, ele logo se apaixonou pelas ciências biológicas e se formou doutor em biotecnologia da reprodução na Escola de Veterinária da Universidade Aristóteles de Tessalônica. Aos 34 anos, saiu da Grécia com sua esposa e viveu em sete cidades diferentes atuando na área.
Chegou à Pfizer em 1993, para trabalhar como diretor técnico da divisão de saúde animal da empresa na Grécia. Foi passando por várias divisões até se tornar CEO da empresa.
Seu conhecimento em relação ao mundo animal o ajudou a valorizar o direito à vida como um todo, tão necessário para o bem-estar da humanidade, inclusive em um momento no qual a vacina vem para curar uma doença originária de uma relação invasiva do homem ao meio ambiente.
“Setenta e cinco anos após os nazistas terem assassinado milhões, o Dr. Bourla hoje lidera a corrida para salvar milhões de vidas", disse Ron Dermer, embaixador de Israel nos Estados Unidos, referindo-se ao fato de a Pfizer ter sido a primeira corporação a desenvolver uma vacina contra a covid-19, já aplicada no Reino Unido e nos Estados Unidos e em vias de ser utilizada em Israel.
“Neste chanuká, à medida que este ano extremamente difícil chega ao fim e olhamos para um novo começo, estamos celebrando o incrível espírito humano e a determinação necessária para criar a vacina contra a covid-19 e como esses esforços tornaram o impossível - desenvolver uma vacina tão rápida - possível ”, disse Bourla, sobre essa nova conquista da humanidade.
O processo de aprovação das vacinas ao redor do mundo
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