Fiocruz aponta aumento de hospitalizações de crianças por desnutrição em 2021
Pesquisa do Observatório de Saúde na Infância relata que foram 113 internações a cada 100 mil nascimentos, até 1 ano de idade
Saúde|Do R7, com Agência Estado
Uma pesquisa feita pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)e à Unifase, revela que em 2021 o número de crianças hospitalizadas por desnutrição foi o maior dos últimos 13 anos.
Os dados apontam que foram registradas 113 internações por desnutrição a cada 100 mil nascimentos. Em números absolutos, 2.939 crianças com menos de um ano precisaram ser hospitalizadas no ano passado por falta de alimentação correta.
Os dados apontaram que, em 2021, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou em média oito internações de bebês por dia devido à desnutrição, sequelas das deficiências nutricionais em menores de um ano.
Em 2022, até 30 de agosto, a rede pública de saúde registrou o total de 2.115 internações de bebês por desnutrição, o que eleva para 8,7 a taxa média de hospitalizações diárias - um aumento de 7% em comparação com 2021
De acordo com a pesquisa, esses números representa um aumento de 10,9% em relação a 2008 (101,9 casos de hospitalização), ano de início do período analisado.
A Fiocruz usou como base de dados informações do SIH (Sistema de Informações Hospitalares), do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) e do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), disponíveis no DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde).
A situação é mais agravante na região Nordeste, que apresentou dados 51% maior que a taxa nacional de internações. Foram 171,5 hospitalizações na faixa etária para cada 100 mil nascimentos.
A região Centro-Oeste tem o segundo pior índice, com 122,8 internações por desnutrição por 100 mil crianças nascidas vivas; seguida pela região Sul, com 107,1, que ficou em terceiro lugar; em quarto está o Norte, com 101,9 hospitalizações; e o Sudeste tem o melhor índice com 72 internações.
Em resposta ao levantamento, o Ministério da Saúde informou que a pasta fez “repasse aos municípios de mais de R$ 345 milhões no último ano para incentivar ações e fortalecer a atenção às crianças menores de 7 anos de idade e gestantes que apresentem má nutrição no âmbito da Atenção Primária.”
O ministério disse, ainda, que conta com programas de suplementação nutricional para famílias de baixa renda: o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e o programa Nacional de Suplementação de Ferro e Estratégia NutriSUS. “O objetivo é prevenir e controlar a carência de micronutrientes na infância e gestação. O monitoramento é feito por meio do acompanhamento do registro de dispensação dos micronutrientes nos serviços da Atenção Primária.”