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Gestações seguidas, como as de Rihanna, podem aumentar risco de ruptura uterina e mortalidade

Intervalo entre gestações é recomendado por médicos para que o corpo possa se recuperar e útero tenha condições para novo parto

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Rihanna anunciou gravidez nove meses após nascimento do primeiro filho
Rihanna anunciou gravidez nove meses após nascimento do primeiro filho Rihanna anunciou gravidez nove meses após nascimento do primeiro filho

A apresentação de Rihanna no intervalo do Super Bowl LVII, neste domingo (12), surpreendeu os espectadores com o anúncio da segunda gravidez da cantora. A notícia não apenas chocou pela sua natureza, como também pela rapidez de uma nova gestação, dado o nascimento de seu primeiro filho com o rapper A$AP Rocky em maio de 2022 — cerca de nove meses atrás. Embora nenhuma informação de tempo de gestação tenha sido confirmada, estima-se que a cantora esteja entre o quarto e o sexto mês de gestação.

O ginecologista e obstetra Igor Padovesi, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que o intervalo curto entre partos pode oferecer riscos à gestante. "A gravidez menos de um ano após o primeiro parto não oferece tempo para o órgão voltar ao normal e ter condições para um novo trabalho de parto", alega.

Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês, explica que, quando a mulher engravida, a placenta adere à parede uterina, criando ali uma ferida. Somam-se ao quadro a cicatriz, no caso de uma cesárea ou em partos normais em que sejam necessários pontos, e a continuidade de transmissão nutricional via amamentação, e isso acaba exigindo muito do corpo feminino.

Assim, os médicos aconselham que, durante o puerpério (40 dias a partir do parto), seja feito o período de resguardo, ou seja, que a mulher não pratique atividades físicas de alto impacto ou intensidade, não tenha relações sexuais e não faça banhos de imersão. 

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Os especialistas declaram que o período de amamentação, embora interfira na ovulação e na menstruação, não é garantia de que não possa haver a fecundação e nova gestação. De acordo com Pupo, nesse período a hipófise bloqueia a produção hormonal de óvulos, mas, se a mulher amamentar menos de três vezes ao dia, já entre o segundo e o sexto mês após o parto, ela pode voltar a ovular — o que torna possível, então, ocorrer uma nova gravidez.

Para isso, é recomendado que, após o parto, a mulher tenha relações sexuais com preservativos, use o DIU ou faça uso de anticoncepcionais à base de progesterona.

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"Não é aconselhado que mulheres passem por gestações seguidas. Para mulheres que tiveram parto normal anteriormente, preconizamos seis meses para uma nova gestação. Para aquelas que fizeram cesárea, recomendamos pelo menos um ano de espera entre uma gravidez e outra. Isso porque, com a distensão pelo crescimento fetal, o útero tende a ficar com a parede mais fina, e mulheres que tenham a cicatriz do parto de cesárea, embora seja um quadro raro, podem sofrer uma ruptura uterina", alega Padovesi.

Pupo ressalta que casos de ruptura uterina são eventos graves, que põem em risco a vida da mãe e do bebê. Com relação à mulher, além da hemorragia, muitas vezes ela pode perder o útero. No que diz respeito à criança, existem os riscos de sequelas, como a paralisia cerebral por falta de oxigenação do cérebro, além da perda de sangue do próprio bebê.

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Se ocorrer nova gestação no período de um ano, o ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês reitera que, caso a mulher tenha uma cesárea anterior, seja feita uma avaliação com o médico, para checar como está a cicatriz uterina prévia, qual o estado da parede uterina e a necessidade de uma nova cesariana, previamente agendada.

Por fim, os profissionais lembram que a rede de apoio é de extrema importância no período de recuperação da mulher, tanto no âmbito psicológico como na ajuda de afazeres e cuidados com o bebê.

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