Governo Federal compra 6.500 respiradores de empresa brasileira

Ministério da Saúde assinou o primeiro contrato, no valor de R$ 322 milhões, para compra de equipamentos que serão distribuídos aos estados

Saúde|Márcio Neves, do R7

08/04/2020 - 16h19 (Atualizado em 20/04/2024 - 09h23)

O Ministério da Saúde fechou o primeiro contrato de compra de 6.500 respiradores no valor de R$ 322 milhões com a empresa paulista Magnamed e que serão distribuídos para os estados para equipar UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) no tratamento de casos graves de covid-19 no país.

Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, após negociações, foi mobilizado uma série de parcerias que permitiu a empresa contratada ampliar sua produção e entregar os respiradores em até 90 dias.

Por cada respirador o Governo Federal vai pagar cerca de R$ 50 mil e eles devem ser entregues conforme forem sendo produzidos.

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A pasta prevê ainda que outras três empresas brasileiras devam passar a produzir os equipamentos que devem ser adquiridos por meio de novos contratos, já que o governo enfrenta dificuldades para a compra de equipamentos na China, que é o principal produtor mundial. O orçamento inicial para esta importação passava de R$1 bilhão.

A previsão é que estas empresas brasileiras produzam 12 mil respiradores nos próximos 6 meses.

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Respiradores confiscados

A empresa, que tem sede em Cotia, na Grande São Paulo, é uma das quatro montadoras de equipamentos médicos no país especializadas em instrumentos que equipam UTIs. No ínicio da crise do novo coronavírus, a Magnamed chegou a ter parte de seu estoque confiscado em uma ação da Prefeitura de Cotia, mas os aparelhos foram devolvidos após determinação do Ministério Público.

Uma pesquisa sugere o uso do plasma (a parte líquida do sangue) das pessoas que foram infectadas pelo coronavírus para ajudar na recuperação de pacientes internados com a doença. Entenda!

No estudo autorizado pela ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária), os médicos do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da USP farão os testes em parceria com dois hospitais particulares de São Paulo. Os detalhes do protocolo da pesquisa ainda não estão definidos, mas a ideia é realizar uma transfusão de plasma sanguíneo de pacientes que se recuperaram do coronavírus para auxiliar no tratamento dos que estão infectados, já que, segundos os médicos, os anticorpos ajudam na recuperação

"O objetivo é tentar diminuir a gravidade, reduzir o tempo que esse paciente possa precisar de uma terapia intensiva e, principalmente, de ventiladores, além de tentar diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida desses pacientes durante a internação. Se a gente conseguir isso, vamos diminuir toda essa carga que o sistema de saúde do País está sofrendo", explica o Silvano Wendel, Diretor do Banco de Sangue do Hospital Sírio Libanês.

O especialista é um dos responsáveis pela pesquisa e relata que a técnica já foi usada em outras epidemias. "Por exemplo, foi utilizada na epidemia do Sars no sudeste asiático em 2003, foi usado na África para as epidemias de Ebola e também em algumas epidemias de H1N1, mas sempre em pequena escala".

O Dr. Vanderson Rocha participa da pesquisa na equipe do Hospital das Clínicas e diz que é preciso muita cautela. Pacientes e médicos não devem utilizar a técnica antes de todos os testes serem feitos, pois resultados adversos já foram relatados. "Já ficamos sabendo de, pelo menos, dois casos na China em que dois pacientes, não sabemos direito porque não foi divulgado, faleceram depois da infusão do plasma. Então, isso tem que ser muito bem determinado. É o tipo de coisa que nós não queremos que ocorra".

Além da China, Inglaterra e Estados Unidos também estão usando os anticorpos do plasma no combate ao novo coronavírus. Rodrigo Calado, Diretor Científico do Hemocentro de Ribeirão Preto disse que em dois meses será possível avaliar se a técnica é eficaz. Embora existam expectativas positivas, ele também ressalva os riscos do tratamento. "Existe o risco de transfusão ou de infecção por algum outro vírus que a gente não quer, pode ter reação alérgica ao plasma, pode ter algum tipo de febre e até algumas complicações, como o volume ser grande para o coração. Então, a gente precisa ter certeza de que o plasma vale a pena para o tratamento".

Quem teve a doença só pode doar o plasma após a comprovação de que realmente está curado e em até 60 dias, para pegar os anticorpos ainda em alta no organismo, além de seguir as regras de uma doação de sangue comum: não ter tido doenças como hepatite C e AIDS. O hemocentro do Rio de Janeiro vai desenvolver o mesmo tipo de pesquisa. "O mais importante é que é um protocolo de pesquisa. Então, não é para os pacientes insistirem em receber esse plasma, ou os médicos começarem a doar plasma para os pacientes porque ainda não está bem definido", explica o Dr. Dr. Vanderson Rocha.

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