Hospital de Barretos é 1º a oferecer imunoterapia para câncer pelo SUS
Método utiliza remédios que fazem com que a defesa do corpo combata o câncer; considerado menos agressivo que a quimio, custa R$ 30 mil por mês
Saúde|Deborah Giannini, do R7
O Hospital de Amor, antigo Hospital de Câncer de Barretos, localizado em Barretos, interior de São Paulo, será o primeiro a oferecer imunoterapia para tratar câncer pelo SUS no país. A previsão é que o serviço tenha início a partir da próxima semana.
A imunoterapia utiliza medicamentos que fazem com que o próprio sistema de defesa do organismo reaja às células cancerosas, combatendo-as.
É utilizada, apenas, no tratamento de determinados tipos de câncer, substituindo a quimioterapia, considerada mais agressiva, já que ao atuar, destrói não apenas as células doentes, mas também as saudáveis.
O tratamento oferecido será a nova terapia anti-PD-1, chamada de pembrolizumabe (Keytruda), para câncer de pulmão e melanoma em estágios avançados. Segundo o Hospital de Amor, o serviço é resultado de uma parceria com a farmacêutica MSD, que fabrica o remédio.
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Na rede particular, o tratamento com esse medicamento custa em média R$ 30 mil por mês, segundo o hospital.
“A possibilidade do Hospital de Amor de Barretos fornecer a imunoterapia para os pacientes do SUS com câncer metastático, inicialmente melanoma e câncer de pulmão, é um marco histórico para a oncologia brasileira. É trágico saber que somente pacientes que possuem convênios ou acesso aos atendimentos privados, conseguem realizar esse tratamento”, afirmou o oncologista Sérgio Serrano, do Hospital de Amor, por meio de nota.
De acordo com o estudo publicado no New England Journal of Medicine, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia reduz em 51% o risco de morte.
O câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil e no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Estima-se que sejam diagnosticados 30 mil novos casos no Brasil este ano, de acordo como o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O Hospital de Amor ressalta que estudos mostram que 42% dos pacientes com melanoma metastásico tratados com pembrolizumabe estavam vivos após quatro anos de diagnóstico.
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O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele. A incidência desse tipo de câncer tem aumentado nos últimos 40 anos. O Brasil registra cerca de 5,5 mil novos casos da doença por ano, sendo que mais de 1,5 mil resultam em morte, segundo o Inca. O melanoma é mais comum entre jovens adultos, mas também pode ser diagnosticado em crianças, adolescentes e idosos.
O Hospital de Amor informa que o pembrolizumabe é utilizado no Brasil para o tratamento de melanoma avançado, considerado o tipo mais letal do câncer de pele, de câncer de pulmão avançado, e de câncer urotelial, sendo o mais comum o câncer de bexiga. O medicamento também foi aprovado este ano para tratamento de câncer gástrico, sendo o mais comum o de estômago.