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Infarto: mulheres têm os mesmos sintomas de homens, mas de forma mais branda, como jornalista do RN

Fatores biológicos modificam a percepção das mulheres sobre a gravidade da situação, postergando a busca por ajuda

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Anne Marjorie sofreu um infarto no começo do mês
Anne Marjorie sofreu um infarto no começo do mês

A jornalista Anne Marjorie revelou em seu Instagram que sofreu um infarto no início de abril. A profissional, que estava no trabalho no momento, disse que sentiu dor no braço esquerdo, respiração curta, dor no peito, lábios latejando, tontura, vista escura, ânsia de vômito, assim como a sensação de morte.

Na postagem, ela alega, ainda, que seus batimentos cardíacos chegaram a atingir a marca de 220 bpm (batimentos por minuto). Nos próximos dias, Anne Marjorie deve passar por uma cirurgia.

De acordo com o cardiologista João Vicente da Silveira, médico do Hospital Sírio-Libanês, os sintomas entre os homens são muito característicos, evidenciando a dor no braço esquerdo, que sobe em direção ao tronco, dor forte no peito, junto da sensação de morte. 

Com as mulheres, a apresentação costuma diferir um pouco — a dor é mais branda, com um leve desconforto, associado a falta de ar, tosse, palpitação, falhas no coração. Isso ocorre porque as artérias coronárias femininas são mais delgadas, finas e de menor diâmetro, quando comparadas às masculinas, trazendo essa diferença de percepção, embora sejam apresentados os mesmos sintomas entre ambos.


Porém, o cardiologista Ronaldo Vasque, diretor do Hospital Santa Ana, alega que, pelo fato de a intensidade da dor diferir, é comum que as mulheres posterguem a busca por ajuda pela falta de entendimento da gravidade da situação.

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Ele afirma que, embora muitas pessoas acreditem sofrer infartos assintomáticos, não existe a falta dos sintomas, mas a percepção diminuída. Silveira completa, afirmando que tais quadros costumam ocorrer entre idosos e pacientes diabéticos, que podem ter seus nervos lesionados alterando o recebimento de estímulos de dor.


"De uma maneira geral, os infartos são mais comuns em homens a partir dos 55 anos e em mulheres a partir dos 65 anos, mas isso tem se modificado, por causa do uso de contraceptivos, uso de tabaco, bebida alcoólica em excesso, presença dos fatores de riscos e mudança negativa do estilo de vida", alega Vasque.

Silveira ressalta que a incidência de infartos entre as mulheres está aumentando. Isso porque fatores como a obesidade, sedentarismo, níveis de colesterol e triglicérides altos, além do tabagismo, uso excessivo de álcool, aumento dos níveis de estresse e sintomas depressivos, associados a problemas como o diabetes e a hipertensão, favorecem o surgimento de doenças coronárias.


Outra questão que predispõe ao infarto de maneira precoce é o uso de anticoncepcionais orais, que causam a perda da proteção hormonal natural das artérias. Pelo mesmo motivo, a incidência aumenta na menopausa, quando há essa perda pelo próprio organismo.

Os infartos ocorrem quando há uma interrupção no fornecimento de sangue que irriga o coração, geralmente quando existe um bloqueio de mais de 70% do volume das artérias.

O Manual MSD afirma que infartos entre mulheres sem doenças arteriais crônicas costumam ocorrer entre jovens e sem níveis de colesterol altos, e geralmente apresentam trombose ou embolia coronariana.

Segundo o Manual MSD, os tratamentos para infarto incluem a utilização de medicamentos antiplaquetários, antianginosos e anticoagulantes, podendo ser associados ao tratamento cirúrgico para revascularização.

Dieta cardioprotetora investe na saúde do coração com base nas cores da bandeira nacional:

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