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Infecção de pele que deixou Bruno Covas internado pode levar à morte

Erisipela é mais frequente em quem tem imunidade baixa ou circulação prejudicada. Prefeito hoje também foi diagnosticado com trombose

Saúde|Brenda Marques e Cleide Oliveira, do R7

Bruno Coas foi internado por uma infecção de pele chamada erisipela
Bruno Coas foi internado por uma infecção de pele chamada erisipela

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi internado nesta quarta-feira (23) para tratamento de uma infecção na pele chamada erisipela. O dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que toda infecção acontece quando uma bactéria causa inflamação no organismo.

Hoje o prefeito também foi diagnosticado com trombose venosa das veias fibulares, uma doença grave que pode trazer complicações a curto ou longo prazo. Ela é causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Os sintomas incluem edema, dor, calor, vermelhidão e rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo.

O cirurgião vascular Fernando José de Almeida explica que a preocupação maior é a embolia pulmonar, quando o trombo se desprende do local de origem e chega a afetar o pulmão. "É uma patologia que pode ter consequências graves, que é a tromboembolia pulmonar. E pode ser fatal."

Mas este não deve ser o caso do prefeito Bruno Covas, segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular - Regional São Paulo, Walter Campos Junior. "No caso do prefeito o risco de embolia pulmonar é baixo, porque não é uma trombose proximal, ou seja, está longe das veias dos órgãos superiores. Provavelmente, no caso dele foi consequência da imobilização e do quadro infeccioso."


O que diferencia a Erisipela?

A bactéria mais comum causadora da erisipela recebe o nome de estreptococos. “Ela está presente no meio ambiente”, afirma Lamunier. Segundo o dermatologista, a infecção ocorre porque esse microrganismo “rompe a superfície da pele e atinge camadas mais profundas”.

O que diferencia essa infecção das outras é que ela se manifesta em pessoas que estão com o sistema imunológico fragilizado, a circulação sanguínea prejudicada e têm uma porta de entrada para a bactéria. “Pode ser um ferimento, uma picada de inseto, uma unha com micose”, exemplifica Lamunier. Este pode ser o caso do prefeito Bruno Covas.


A circulação sanguínea prejudicada favorece a ação da bactéria porque altera a imunidade de regiões específicas da pele. “Por exemplo, se a circulação na perna não está legal, as células de defesa não conseguem chegar nessa região”, detalha Lamunier.

Por conta desses fatores, essa infecção é mais frequente em idosos, pessoas obesas, diabéticas e que por algum motivo estejam com a imunidade baixa. “Mas pode acontecer em indivíduos de qualquer idade e atingir qualquer parte do corpo”, ressalta o especialista.


O especialista explica que problemas na circulação sanguínea favorecem a ação da bactéria porque afetam a imunidade de regiões específicas da pele. “Por exemplo, se a circulação na perna não está legal, as células de defesa não conseguem chegar nessa região”.

Ela não se espalha para outras partes da pele. “O que pode acontecer é ela se aprofundar na parte afetada e atingir a circulação sanguínea”, acrescenta o dermatologista. Nessa circunstância, se a doença não for tratada, pode evoluir parra uma infecção generalizada e causar a morte do paciente.

Sintomas e tratamento

No início, a erisipela vai causar sintomas que são comuns a qualquer doença infecciosa, como mal-estar e febre. “Depois, aparece uma placa vermelha, dolorosa e quente na região atingida”, esclarece Lamunier.

O tratamento é feito com antibiótico e repouso. Além disso, a pessoa deve deixar a parte do corpo afetada pela infecção levantada. “Por isso que muitas vezes esses pacientes são internados. É difícil ficar de repouso e com o membro levantado se a pessoa está em casa”, acrescenta.

Já o tempo de repouso depende da gravidade da infecção – isto é, de sua extensão e localização. “Se o indivíduo apresenta sintomas que o deixam debilitado, ele ficará mais dias repousando”, afirma Lamunier. Em geral, o tratamento com antibiótico dura de sete a 10 dias.

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