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Jogar xadrez e fazer palavras cruzadas reduz risco de ter demência

Novo estudo revela que indivíduos que tinham esses hábitos apresentaram 9% menos risco de desenvolver declínio cognitivo

Saúde|Do R7

Pesquisa mostra benefícios do engajamento no letramento e na criatividade
Pesquisa mostra benefícios do engajamento no letramento e na criatividade

Um estudo publicado na revista científica Jama mostrou que hábitos que estimulem a mente, como escrever cartas, ter aulas, jogar xadrez, fazer palavras cruzadas ou montar quebra-cabeças, podem reduzir o risco de demência em até 11% na velhice.

A pesquisa analisou 10.318 australianos saudáveis acima de 70 anos. A seleção considerou que os participantes não apresentavam comprometimento cognitivo no momento em que fizeram a inscrição no estudo, entre março de 2010 e dezembro de 2014.

Os pesquisadores analisaram os dados a partir do fim do ano passado considerando os riscos de demência em dez anos desde o início do estudo. Os cientistas isolaram variáveis como educação, nível socioeconômico e aspectos de saúde.

De acordo com a pesquisa, aqueles idosos que frequentemente escreviam cartas ou escreviam no diário, usavam o computador e assistiam a aulas apresentaram um risco 11% menor de desenvolver demência.


Já aqueles que frequentemente jogavam xadrez, baralho, faziam palavras cruzadas e montavam quebra-cabeças apresentaram um risco 9% menor de demência.

"Esses resultados sugerem que o engajamento no letramento de adultos, em arte criativa e atividades mentais ativas e passivas pode ajudar a reduzir o risco de demência na terceira idade", dizem os pesquisadores.


Os estudiosos citam que, em 2022, 55 milhões de pessoas apresentavam demência em todo o mundo. A estimativa é que, a cada ano, cerca de 10 milhões de casos sejam identificados.

Os responsáveis pela pesquisa afirmam que adotar hábitos que estimulem a mente desde a infância contribui para reduzir a prevalência da doença. Nesse sentido, a educação infantil tem um impacto positivo considerável.


Pequenos hábitos

O estudo mostra ainda que a adoção de pequenos hábitos mentalmente estimulantes na velhice é um fator que pode alterar significativamente as perspectivas.

"Para os mais velhos, o enriquecimento do estilo de vida pode ser particularmente importante, porque pode ajudar a prevenir a demência por meio de modificações nas rotinas", complementam os autores.

Alta de óbitos

Um levantamento inédito feito pelo Estadão com base em dados do portal Datasus, do Ministério da Saúde, revelou, em maio, que entre 2012 e 2022 o total de óbitos associados a demências aumentou 107% no país, passando de 15,6 mil para 32,4 mil — o equivalente a quase quatro mortes por hora.

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