Prestes a dar à luz, a cantora Luiza Possi, 34, deixou fãs preocupados no último domingo (16), ao revelar que estava acamada devido a uma gripe forte. A principal dúvida que muitas pessoas têm nessas horas é: muda algo em relação ao parto? O ginecologista obstetra André Luiz Malavasi diz que o fato de a saúde da mãe estar mais fragilizada por causa do quadro gripal não é um impeditivo, nem mesmo para a cesariana. "Quando a mulher entra em trabalho de parto, a liberação de alguns hormônios é tão intensa, que os sintomas gripais, dores no corpo, coriza, acabam ficando insignificantes. Eu nunca vi em 30 anos um quadro gripal em que a mulher não conseguisse fazer o parto. Há até casos mais graves, de tuberculose, câncer, embolia pulmonar... Mesmo assim a mulher consegue dar continuidade ao parto."Leia também: Parto natural está virando tendência, afirmam especialistas Ele pondera, no entanto, que quadros mais graves precisam ser acompanhados de perto pelo médico, principalmente se envolver pneumonia. O médico ginecologista obstetra Olímpio Barbosa de Moraes Filho, professor da Universidade de Pernambuco, também concorda, mas ressalta que a prioridade deve ser sempre o parto normal. "O ideal é que cirurgias sejam feitas quando o paciente não tenha nenhuma infecção, só que, se precisar fazer uma cesárea, vai ter que fazer de qualquer jeito." O especialista dá um exemplo de uma cirurgia eletiva com uma cirurgia de emergência, como é, em muitos casos, a cesariana. "Se você está com uma gripe, não vai fazer uma cirurgia plástica. Mas se está com uma apendicite, vai ter que operar, mesmo gripado. Com a cesárea é a mesma coisa." A gravidez exige cuidado especial em relação à gripe, acrescenta o médico Moraes Filho.Saiba mais: Entenda o que permite a realização do parto normal, como de Meghan "O maior risco é o vírus H1N1. Com o sistema imunológico mais vulnerável, aumenta o risco de complicações respiratórias, pneumonia e até infecção generalizada", afirma o especialista, ressaltando que são poucos os casos que evoluem de maneira grave. As gestantes são consideradas grupo de risco e têm prioridade na campanha nacional de vacinação na rede pública, que ocorre atualmente. Além disso, a vacina é recomendada não apenas para evitar que a grávida tenha complicações decorrentes da gripe, acrescenta Malavasi. "A gente vacina a gestante da metade para a frente da gestação justamente para ela ter formação de anticorpos em quantidade suficiente, e que passe para a placenta. [...] Se ela der à luz gripada, o bebê não vai nascer com gripe. Pelo contrário, já nasce imunizado." A amamentação é a melhor forma, segundo ele, de manter a imunização do bebê. "A criança passa a ter problemas justamente quando reduz a amamentação".Parto na água ou na maternidade? Conheça os diferentes tipos de parto: