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Maceió, Campo Grande e Porto Velho lideram em excesso de peso

Excesso de peso engloba sobrepeso e obesidade; para reduzir peso de brasileiro, é preciso mudar tipo de alimentos disponíveis, dizem especialistas

Saúde|Gabriela Lisbôa e Márcio Neves, do R7

Mais da metade dos brasileiros está acima do peso
Mais da metade dos brasileiros está acima do peso Mais da metade dos brasileiros está acima do peso

Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Maceió (AL) são as capitais com o maior número de pessoas acima do peso do Brasil.

Nessas cidades, os quilinhos a mais estão presentes em 59,8%, 58,8% e 58,7% dos moradores, respectivamente, segundo o Ministério da Saúde.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) foi realizada com mais de 53 mil pessoas por meio de entrevistas telefônicas dos 26 Estados e Distrito Federal.

O resultado mostra que 54% dos brasileiros estão com excesso de peso. Entre os homens, o índice é maior, 57,3%. Entre as mulheres, a taxa é de 51,2%.

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Diferentemtne de Campo Grande, Palmas (TO) é a capital mais magra, onde 46,9% dos moradores convivem com o excesso de peso. Em seguida estão o Distrito Federal, com 47,6%, e Teresina (PI), com 48,3%.

Na divisão entre homens e mulheres, os homens mais magros estão no Distrito Federal, no qual o excesso de peso afeta 51,6% dos adultos. A capital com o maior número de gordinhos é Cuiabá, no Mato Grosso: 65,8%.

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No caso das mulheres, a capital onde elas são mais magras é Palmas, 42%. O Rio de Janeiro está na outra ponta: 55,7% das cariocas apresentam excesso de peso. 

Excesso de peso, sobrepeso e obesidade

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Para entender os números também é preciso entender o que é excesso de peso, sobrepeso e obesidade. O excesso de peso inclui o sobrepeso e a obesidade.

A média de todas as capitais indica que 18,9% dos brasileiros têm obesidade. A diferença representa o número de pessoas com sobrepeso: 35,1%.

No caso da obesidade, não existe diferença entre os índices de homens e mulheres. A capital mais obesa é Manaus, onde o problema atinge 23,8% da população. A capital menos obesa é Florianópolis, que apresenta 15% dos moradores obesos.

A endocrinologista Maria Edna de Melo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sben), explica que o que define o sobrepeso e a obesidade é o IMC (índice de massa corpórea). Se o resultado estiver entre 18,5 e 24,9, a pessoa está com peso normal. Um resultado entre 25 e 29,9 indica sobrepeso e um resultado igual ou superior a 30 indica obesidade.

De acordo com a Sben, a obesidade é um fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula.

Sobrepeso é sinal de alerta, mas não de preocupação

Apesar de o sobrepeso ser um indicador que mostra tendência para o desenvolvimento da obesidade, e ser um sinal amarelo para ter atenção com o comportamento alimentar, especialistas recomendam cautela quanto aos índices e as ações em busca de uma condição saudável de peso.

"O sobrepeso já pode trazer alterações metabólicas como colesterol e triglicérides altos, mas é importante que esse sinal de alerta não vire uma obsessão, pois isso pode acarretar transtornos alimentares que geram outros problemas", diz a nutricionista e pesquisadora da Unicamp Mariana San Martini.

A pesquisadora afirma ainda que todo cuidado é importante, que o sobrepeso é um sinal de alerta e que a pessoa nesta condição deve rever seu hábito nutricional e seu estilo de vida, combinando uma alimentação balanceada com exercícios físicos. "Entretanto a reação tem que ser bem dosada, com uma abordagem cuidadosa, para que não vire um excesso e outro problema", diz Mariana.

Excesso de peso está relacionado com hábitos alimentares

A mesma pesquisa do Ministério da saúde também aponta os hábitos alimentares dos brasileiros, como o consumo regular de frutas e hortaliças – o que significa comer os dois em, pelo menos, cinco dias da semana.

Apenas 34% dos brasileiros consomem tanto frutas quanto verduras regularmente. No caso dos homens, o consumo é ainda menor, 27,8%. Entre as mulheres, o número chega a 40,4%.

Entre as capitais com maior índice de excesso de peso não está Belém, no Pará, que é a que menos consome frutas e verduras regularmente: apenas 23,7% das pessoas fazem isso.

O Distrito Federal é o lugar onde o consumo de frutas e hortaliças é maior tanto entre homens (39,5%), quanto entre mulheres (54%) – vale lembrar que é o Distrito Federal que tem o menor número de homens com excesso de peso.

Quando o assunto é o consumo de refrigerante, as capitais onde este tipo de bebida é mais consumido também não são as com maior índice de excesso de peso. Nesse quesito, as campeãs são Porto Alegre, Curitiba e São Paulo tanto para homens quanto para mulheres.

A média das 26 capitais mais o Distrito Federal mostra que 14,6% dos brasileiros bebem refrigerante em cinco ou mais dias da semana. No geral, o consumo é maior entre os homens, 17,4%, do que entre as mulheres, 12,2%.

De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, não existe um único fator para o desenvolvimento de excesso de peso. “Não é o refrigerante, o bolo ou o pão, é um conjunto de hábitos que precisam ser mudados, a pessoa não está mais consumindo refrigerante, mas acaba consumindo mais bolacha, mais bolo, e não está aumentando o consumo do que precisa, de frutas e vegetais”, explica.

A médica também considera que para diminuir o excesso de peso da população é preciso mudar a disponibilidade de alimentos. Para isso, a OMS (Organização Mundial da Saúde) propõe que os países adotem quatro medidas: a taxação de bebidas açucaradas, o controle da publicidade infantil de alimentos, a melhora da alimentação nas cantinas escolares e a rotulagem frontal de alimentos, que vai permitir que o consumidor identifique o excesso de ingredientes como sal, açúcar e gordura.

Maria Edna explica que o Brasil ainda não conseguiu implantar nenhuma das medidas, todas estão em discussão.

“O problema é que essas mudanças não passam pelo Ministério da Saúde, quem controla estas decisões é o Ministério da Fazenda e outras entidades. O Ministério da Saúde só fica com a conta, com os gastos que o tratamento das doenças causadas pelo excesso de peso exige. A discussão deveria incluir todo o governo”, defende.

Na América Latina, o país que está à frente é o Chile, que já conseguiu implementar algumas mudanças. “O Chile já proibiu a publicidade infantil, já aumentou os impostos das bebidas açucaradas, já concluiu o processo de rotulagem e os que tem selo de excesso de ingredientes não podem ser vendidos nas escolas”, explica a médica.

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