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Mau humor e negativismo em idoso podem ser sinais de depressão

Mudanças sutis no comportamento não devem ser negligenciadas; menos contato com a família aumenta carência e leva a quadros de ansiedade

Saúde|Aline Chalet, do R7*

Mau humor não pode ser considerado comportamento "normal" na terceira idade
Mau humor não pode ser considerado comportamento "normal" na terceira idade Mau humor não pode ser considerado comportamento "normal" na terceira idade

Comportamentos considerados "normais" em pessoas mais velhas, como mau humor e negativismo, exigem tratamento médico, segundo o psiquiatra Henrique Bottura, da Clínica de Psiquiatria Paulista. “Se a pessoa apresenta mudança no comportamento padrão, já é preciso levar ao médico. Às vezes, as mudanças são muito sutis, por isso precisamos estar sempre atentos ao comportamento do idoso”, explica.

Segundo Bottura, muitas vezes a família e amigos atribuem o comportamento a problemas da vida. “O quadro depressivo pode ser a causa do problema, não o contrário. Outro comportamento muito comum em idosos que é tratado como normal é o esquecimento, que, na verdade, pode ser uma perda cognitiva”, afirma.

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O psiquiatra explica, que devido ao aumento da expectativa de vida e menor participação da família na supervisão do idoso, a carência dessa população aumenta e, consequentemente, os quadros de ansiedade e depressão. Ele explica, ainda, que o diagnóstico é feito por exclusão.

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“É necessário verificar se é uma doença clínica ou se já é um quadro demencial. Um paciente de 70 anos pode ter delirium [estado agudo de confusão mental] por conta de uma infecção urinária. Ele fica confuso e ansioso. Primeiramente, cuidamos do estado clínico do paciente”, afirma.

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O geriatra Fernando Bignardi explica que, quanto maior a idade da pessoa, maior é a contraindicação ao uso de ansiolíticos, remédios utilizados para controle de ansiedade. Por esse motivo, os tratamentos não medicamentosos são de extrema importância. “O melhor medicamento contra ansiedade é a respiração diafragmática”, afirma.

Na respiração diafragmática, ao inspirar, a barriga é expandida para fora. Já ao expirar, se faz o movimento contrário: a barriga é contraída e não se movimenta o tórax. Esse tipo de respiração, praticada por bebês e na ioga, leva a uma maior concentração de oxigênio no corpo, acalma e relaxa.

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Bottura aponta a psicoterapia, o suporte-sócio familiar, a alimentação saudável e a inserção de atividades físicas na rotina como outras formas de tratamento. Nos casos mais graves, quando o quadro atrapalha a vida do idoso, é necessário administrar fármacos. O psiquiatra afirma que em idosos não se pode utilizar calmantes, pois esse tipo de medicamento pode diminuir o nível de consciência. Antidepressivos são utilizados como alternativa, segundo ele.

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Ainda não se sabe a causa específica para os problemas de saúde mental em idosos. Bottura explica que a solidão e o envelhecimento do sistema nervoso podem ser fatores que favorecem esses quadros. Bignardi afirma que a doença costuma ser decorrente da falta de um propósito de vida. “A maior parte das doenças crônicas acontecem por conta do estilo de vida. A meditação pode ajudar o idoso a encontrar um propósito e melhorar o estilo de vida”, afirma o geriatra.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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