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Médico que separou em SP gêmeas siamesas diz: 'Topo foi o mais difícil' 

As meninas passaram por cinco cirurgias e esperaram dois anos para alcançar o resultado, inédito no Brasil. Procedimento teve médicos americanos

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

Cirurgia de gêmeas durou 16 horas para ser concluída
Cirurgia de gêmeas durou 16 horas para ser concluída Cirurgia de gêmeas durou 16 horas para ser concluída

As gêmeas cearenses Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de dois anos e quatro meses, passaram a noite de sábado (27) e a madrugada de domingo (28), finalizando a separação. As meninas siamesas nasceram ligadas pelo topo de suas cabeças, na cidade de Patacas (CE), e esperaram dois anos para passar por este processo. Foram cinco cirurgias, no total, para que a separação das irmãs fosse completa.

O procedimento foi liderado pelo professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP-USP), Hélio Rubens Machado, neurocirurgião do Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto (HCRP-USP).

A cirurgia ainda contou com o apoio dos médicos norte-americanos Oren Tepper, professor de cirurgia plástica no Albert Einstein College of Medicine, e James Goodrich, cirurgião referência na realização de procedimentos como esse. Ambos os cirurgiões trabalham no Montefiore Medical Center, em Nova York.

De acordo com o neurocirurgião Ricardo Santos de Oliveira, do HCRP-USP, que participou do preocedimento, o momento mais difícil da cirurgia, que durou cerca de 16 horas — a cirurgia iniciou às 12h30 do sábado e foi finalizada às 3h30 de domingo — foi a separação interna. "Os dois cérebros estavam muito juntos. Toda a reconstrução óssea e do couro cabeludo", relata o médico.

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Esse tipo de cirurgia foi realizado pela primeira vez no país, sendo inédito também em toda a América Latina. Com o auxílio dos médicos americanos e todo o grupo de cirurgia da intituição, o procedimento escolhido foi o por meio de etapas, de maneira que as crianças pudessem se recuperar entre as cinco cirurgias totais.

As gêmeas Ysadora e Maria Ysabelle antes da cirurgia de separação
As gêmeas Ysadora e Maria Ysabelle antes da cirurgia de separação As gêmeas Ysadora e Maria Ysabelle antes da cirurgia de separação

O neurocirurgião afirma que a cirurgia foi realizada apenas nessa idade, pois as crianças não tinham peso suficiente para passar pelo procedimento antes. Oliveira afirma que para procedimentos para a separação das cabeças são recomendados entre um e quatro anos de idade, pois, com mais idade, o procedimento torna-se ainda mais complexo devido à circulação.

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O pai da meninas, Diego Farias, expressou seu contentamento nas redes sociais. "É com muita alegria que recebemos a notícia de que nossas pequenas Maria ysadora e Maria ysabelle estão separadas".

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, as gêmeas permanecem no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e estão respondendo bem, sem uso de aparelhos respiratórios. O neurocirurgião afirma que elas devem permanecer no hospital por, aproximadamente, mais três semanas e podem passar por nova cirurgia para a reparação do couro cabeludo. Durante sua permanência, as irmãs passarão por reabilitações e, assim que forem liberadas e com o consentimento dos médicos, podem voltar à sua cidade natal.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Marcos Sergio Silva

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