Ministério da Saúde e OMS discutem estratégias para combate à hanseníase
Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de novos casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia
Saúde|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde recebeu nesta segunda-feira (9), Vivek Lal, líder do Programa Global de Hanseníase da Organização Mundial da Saúde (OMS), para uma reunião em Brasília com representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O encontro teve como objetivo alinhar estratégias para fortalecer o enfrentamento à hanseníase no Brasil e globalmente.
O Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de novos casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. Em 2023, foram registrados mais de 10 mil novos casos no país, com 955 municípios classificados em situação endêmica — caracterizada pela ocorrência de mais de 10 casos por 100 mil habitantes.
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A região Nordeste lidera os números, com 7.779 casos registrados. Já no Sudeste, Minas Gerais registrou 957 novos casos, dos quais seis ocorreram na cidade de Juiz de Fora.
“O Brasil tem avançado em diversas frentes, mas sabemos que ainda há muito a fazer para superar os desafios impostos pela hanseníase. Essa visita reforça nosso compromisso em colaborar internacionalmente e buscar soluções integradas para eliminar essa doença”, afirmou Ethel Maciel, secretária da SVSA.
Vivek Lal afirmou ser importante incluir a hanseníase nas agendas globais de saúde, especialmente no âmbito do BRICS, que reúne países com alta incidência da doença, como Índia e Brasil. “O Brasil tem capacidade de liderar discussões globais sobre doenças negligenciadas. Essa é uma oportunidade de aumentar a visibilidade da hanseníase e fortalecer parcerias internacionais”, ressaltou.
Ciro Martins, coordenador-geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação, também participou do encontro, juntamente com representantes da OPAS, como Ana Lucianez e a assessora regional em hanseníase.
Entre os temas discutidos, foram reafirmados os compromissos com a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, melhorias no tratamento e a promoção de iniciativas para combater o estigma associado à doença.