Ministério da Saúde vai visitar 33 mil pessoas para pesquisar sequelas de Covid-19
Objetivo é acumular dados para subsidiar a criação de políticas públicas voltadas ao tratamento da chamada "covid longa"
Saúde|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde deu início nesta segunda-feira (11) à segunda fase de um levantamento de dados que avalia as sequelas da Covid-19 na população brasileira. Durante o mês de março, os agentes farão visitas domiciliares a 33.250 pessoas em 133 municípios. O objetivo é acumular dados para subsidiar a criação de políticas públicas voltadas ao tratamento de sequelas e da chamada "covid longa".
Considerada a maior pesquisa sobre a doença, a Epicovid 2.0 é coordenada pela SVSA (Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente) e foi encomendada para a Universidade Federal de Pelotas.
A secretária da SVSA Ethel Maciel explica que a pesquisa é importante por apurar dados do Brasil e garantir a ampliação de serviços. Segundo ela, a OMS (Organização Mundial da Saúde) avalia que 20% das pessoas que tiveram Covid-19, independente do grau de gravidade, desenvolvem condições pós-doença.
Ela afirma que, atualmente, não existem estimativas internacionais ou locais que apontem o impacto da Covid a longo prazo. “Trata-se de uma doença nova. Ainda estamos aprendendo com esse vírus, e a ‘covid longa’ nos preocupa muito. A partir desse estudo de base populacional, vamos conseguir ter informações, como quantas vezes a pessoa teve a doença e se os sintomas persistem”, explica.
A pesquisa
As primeiras fases do estudo aconteceram entre 2020 e 2021. Elas serviram para esclarecer pontos que ajudaram cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor a disseminação da doença e os efeitos. Entre as conclusões descobertas, a pesquisa mostrou que a quantidade de infectados era três vezes maior que o levantamento oficial, sendo que os 20% mais pobres tinham o dobro de risco de infecção se comparados aos 20% mais ricos.
Nesta fase, as equipes de visita domiciliar vão questionar moradores sobre vacinação, histórico de infecção, sintomas de longa duração e os efeitos da Covid no cotidiano.
Os participantes da pesquisa serão selecionados por sorteio, de forma aleatória, e apenas uma pessoa por residência vai poder responder o questionário. Testes de Covid e coletas de sangue não vão ser feitas.
Com informações da Agência Brasil.