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Número de mortes por tuberculose aumenta devido à pandemia

Crescimento é o primeiro em dez anos, e OMS relata que doença é subnotificada e muitos doentes nem sabem que estão infectados

Saúde|

OMS divulgou relatório anual sobre tuberculose nesta quinta-feira
OMS divulgou relatório anual sobre tuberculose nesta quinta-feira OMS divulgou relatório anual sobre tuberculose nesta quinta-feira

Os efeitos da pandemia da Covid-19 nos serviços de saúde estão destruindo anos de combate à tuberculose e, pela primeira vez em mais de dez anos, as mortes por essa doença estão aumentando, alertou a OMS nesta quinta-feira (14).

A situação não parece melhorar: um número crescente de pessoas não sabe que tem a doença, para a qual há tratamento e cura, afirma a OMS (Organização Mundial da Saúde) em seu relatório anual sobre tuberculose, que abrange 2020.

A OMS estima que cerca de 4,1 milhões de pessoas tenham tuberculose, mas não foram diagnosticadas ou não foram oficialmente declaradas, um número muito superior aos 2,9 milhões de 2019.

A pandemia de Covid-19 reverteu anos de progresso global na luta contra a tuberculose, uma doença causada por uma bactéria que afeta os pulmões. 

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De acordo com o relatório, no ano passado houve 214 mil mortes por tuberculose entre pessoas HIV-positivas (em comparação com 209 mil em 2019) e 1,3 milhão de mortes por tuberculose entre outros pacientes (em comparação com 1,2 milhão em 2019). Ou seja, cerca de 1,5 milhão de mortes no total, número que não era alcançado desde 2017, segundo a OMS. 

"Este relatório confirma nossos temores de que a interrupção dos serviços básicos de saúde devido à pandemia reduziria a nada os anos de progresso contra a tuberculose", insistiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em um comunicado.

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"Esta é uma notícia alarmante que deve servir como um sinal de alerta global sobre a necessidade urgente de investir e inovar para preencher as lacunas no diagnóstico, tratamento e atendimento aos milhões de pessoas afetadas por essa doença evitável e tratável", acrescentou.

O aumento dos óbitos compromete a estratégia da OMS de reduzir as mortes pela doença em 90% e a taxa de incidência da tuberculose em 80% até 2030, em comparação com 2015. 

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De acordo com as previsões da organização, o número de pessoas que desenvolvem tuberculose e morrem pode ser "muito maior em 2021 e 2022".

Houve muitos impactos negativos: os confinamentos complicaram o acesso dos pacientes às instalações de saúde e a pandemia mobilizou profissionais da saúde e recursos financeiros e técnicos. 

O número de novos diagnósticos e pacientes declarados pelas autoridades caiu para 5,8 milhões em 2020, ante 7,1 milhões em 2019. A queda nos casos notificados é observada principalmente na Índia, Indonésia, Filipinas e China.

A oferta de tratamento preventivo para tuberculose também sofreu: cerca de 2,8 milhões de pessoas tiveram acesso a ele em 2020, o que representa uma redução de 21% em um ano. 

Além disso, o número de pessoas tratadas para tuberculose resistente a medicamentos diminuiu 15%, de 177 mil, em 2019, para 150 mil, em 2020, o que equivale a aproximadamente uma em cada três que precisam de tratamento.

Os gastos globais com diagnóstico, tratamento e prevenção da tuberculose também caíram, de US$ 5,8 bilhões para US$ 5,3 bilhões em 2020, menos da metade da meta de financiamento global, definida em US$ 13 bilhões por ano até 2022.

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