O caso de Valdivia é comum e merece cuidado e atenção
Depressão, ansiedade e síndrome de pânico atingiram dimensões pandêmicas e devem ser observadas com respeito por todos
Saúde|Marco Antonio Araujo, do R7
O caso da internação psiquiátrica de Valdivia provoca espanto em muitas pessoas. Mas não deveria. O que faz do ex-jogador motivo de atenção e destaque no noticiário é sua fama e, presume-se, uma vida vitoriosa e sem problemas financeiros. Mas as estatísticas mundiais comprovam que doenças e sequelas mentais tornaram-se um fato comum e assustadoramente crescentes.
Tudo indica que o polêmico ídolo palmeirense passa por algum tipo de estresse psíquico, ainda não devidamente esclarecido. As causas atribuídas são suposições, insuficientes para explicar o tamanho do trauma. Sua internação numa clínica desperta estranhamento apenas pela notoriedade do chileno. Ainda mais por ele ter chegado sozinho para a internação.
Fosse ele um cidadão comum, seria apenas mais um número de uma tendência comprovada do aumento exponencial de um drama em andamento (turbinado pela pandemia da Covid-19 e do isolamento social causado pela doença que abalou o mundo). Os casos de anomalias mentais estão demorando para entrar no radar da opinião pública e, principalmente, das autoridades da área de Saúde.
Não é o caso de banalizar o problema, ou naturalizá-lo, até porque ainda há muita desinformação e preconceito sobre o assunto. O senso comum tende a achar depressão e ansiedade imobilizadora coisas de gente preguiçosa, fraca ou derrotada. O que é metabólico, químico, clínico costuma ser julgado como falha de caráter ou fraqueza emocional.
Não é. Que Valdivia possa ajudar milhares de pessoas a procurarem ajuda médica e conquistarem apoio familiar. Depressão mata. Sabia?