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O que é a curva de contágio e por que comparar países exige cuidado

Comportamento da curva depende da fase de transmissão do vírus em que cada país se encontra; isolamento social pode levar ao achatamento

Saúde|Brenda Marques, do R7

Mulheres usam máscara para evitar contágio por coronavírus no Irã
Mulheres usam máscara para evitar contágio por coronavírus no Irã Mulheres usam máscara para evitar contágio por coronavírus no Irã

A curva de contágio de um vírus indica o número de novas pessoas infectadas em um determinado período de tempo. Ela varia conforme a fase de transmissão em que cada país se encontra e fazer comparações requer cuidado, pois cada um tem suas particularidades, como densidade demográfica e condições socioeconômicas.

Para que a curva exista é necessário ter um transmissor do agente causador de doenças e uma pessoa suscetível a elas.

"Em um primeiro momento, quando o vírus é introduzido, ele vai vir de uma pessoa - por exemplo, um viajante - que trouxe o vírus para cá, então, não vamos ter nenhum caso nosso. São casos importados", explica o infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi de um homem de 61 anos que mora em São Paulo e viajou para a Itália a trabalho. O registro aconteceu no dia 26 de feveireiro.

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Na segunda fase há transmissão local do vírus, ou seja, as pessoas se contaminam em seu próprios países. Mesmo assim, ainda é possível identificar quem foi a fonte de contágio. "Nessa etapa a curva começa a subir de uma maneira mais rápida", diz o especialista.

A terceira fase é de transmissão comunitária, quando existem pessoas com o vírus, mas não é possível saber quem o transmitiu para elas. "A gente tem uma doença nova e todo mundo é suscetível. Uma pessoa pode passar a infectar outras 5, 6, 7. Assim a curva fica exponencial", explica Prats.

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Leia também: Entenda a transmissão comunitária de coronavírus e como se prevenir

De acordo com ele, a curva muda conforme a capacidade que um indivíduo tem de infectar outros. Ela vai ficar cada vez mais elevada e depois irá se estabilizar em algum momento.

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Existem diversos fatores que podem influenciar no comportamento da curva de contágio. O isolamento social, a identificação de pessoas doentes e a imunidade de quem já pegou o vírus uma vez são aspectos que podem achatá-la.

Leia também: Curva de contágio 'pode explodir' nas favelas, diz especialista

A estabilidade pode acontecer, por exemplo, quando uma vacina for criada para o novo coronavírus. "Chega o momento em que todo mundo é vacinado. Assim, uma pessoa passa a infectar menos pessoas, até que a doença acabe", esclarece.

O infectologista destaca que é preciso ter cautela ao comparar a curva de contágio de cada país, pois eles têm características únicas.

"O Brasil é um país continental, um estado [da federação] equivale a um país da Europa. Além disso, os modelos que se usam para comparação não levam em conta o impacto social e econômico, as políticas públicas de cada governo", explica.

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