OMS vê pandemia crescendo mais devagar no Brasil e pede cautela
Diretor da organização diz que aumento de casos de covid-19 já não é 'tão exponencial', mas indícios de estabilização não significam que se pode relaxar
Saúde|Do R7, com EFE
A curva de contágios do novo coronavírus no Brasil está crescendo de forma menos acelerada e os números podem ser considerados indícios de um processo de estabilização, mas ainda é cedo para concluir se o país já alcançou o pico da doença, destacou nesta quarta-feira (17) a OMS (Organização Mundial da Saúde).
"O crescimento não é tão exponencial como era anteriormente. Há alguns indícios de que a situação se estabilizou, mas temos visto em outros países que, após certa estabilização, os casos podem aumentar outra vez", alertou o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan.
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Segundo o especialista, "é um momento para sermos extremamente cautelosos e focados nas medidas de distanciamento, higiene e redução de eventos de massa".
Ryan pediu apoio aos grupos mais vulneráveis na pandemia, como indígenas e moradores de favelas e outras áreas onde o distânciamento físico e as medidas de higiene são mais difíceis de serem aplicadas.
Proteção a comunidades vulneráveis e isolamento
Na opinião de Ryan, um país "com uma longa história" de combate a doenças epidêmicas "pode controlar a doença (covid-19) com sucesso". A chave do sucesso, segundo o especialista, seria a unidade em torno das políticas de combate à pandemia.
Ele reforçou a necessidade de políticas de isolamento ou distanciamento social. A OMS recomenda que os países adotem, basicamente, medidas que garantam o distanciamento associada a testagens em larga escala e ao rastreamento das chamadas cadeias de contato — ou seja, a identificação de todas as pessoas que possam ter tido contato com um paciente de covid-19, de forma a isolar prematuramente qualquer novo caso.
O Brasil, no entanto, não tem conseguido manter uma política de testagem em larga escala, o que impede tanto a mensuração exata da pandemia, como o rastreamento de possíveis infectados. Além disso, governo federal, estados e municípios divergem sobre a manutenção de políticas de isolamento.
De acordo com o consórcio de veículos de imprensa que coleta dados sobre a pandemia no Brasil, o país já teve 45.585 mortes e 934.769 casos confirmados até esta quarta-feira.