Padilha determina notificação imediata de casos suspeitos de intoxicação por metanol
Ministro afirmou que paciente com sintomas de intoxicação pela substância deve ser notificado independente do diagnóstico
Saúde|Do R7, em Brasília
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determinou que os profissionais de todas as unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) façam a notificação imediata de casos suspeitos de intoxicação por metanol.
“Essa notificação imediata é um canal direto com o Cievs [Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde] em cada um dos estados. A gente acompanha isso diariamente, para que a gente possa mais rapidamente identificar não só o que está acontecendo no estado de São Paulo, mas a identificação disso em outros estados, algum tipo de crescimento e comportamento clínico e epidemiológico anormal”, disse o ministro.
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A orientação foi dada durante uma coletiva nesta terça-feira (30), após uma série de casos de intoxicação e mortes por consumo de bebidas adulteradas com metanol no estado de São Paulo.
Segundo o governo local, uma morte por intoxicação pela substância já foi confirmada, e quatro óbitos estão sob investigação. Os números também foram apresentados nesta terça-feira.
O governo paulista também já confirmou cinco casos de pessoas intoxicadas e apura outros 17 episódios suspeitos. Os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas.
“Reforçar aos profissionais de saúde que a notificação é no caso suspeito, não precisa aguardar o fechamento do diagnóstico para você fazer essa notificação. Qualquer pessoa que procura um serviço de saúde, relatando sinais e sintomas, e que tem uma história de ingestão de bebida alcoólica, sobretudo de origem não conhecida por essa pessoa, em geral é num ambiente comercial, fora de casa, ou numa festa de qualquer outra pessoa, num ambiente de lazer, a pessoa tem esses dois comentários da história, já é um caso suspeito, já deve ser notificado independente da definição do diagnóstico”, explicou o ministro da Saúde.
Mortes por metanol e abertura de inquérito
Segundo Padilha, em apenas dois meses foram contabilizados quase metade dos casos de intoxicação por metanol registrados em todos os anos no Brasil.
A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica grave. Quando ingerido, o metanol é metabolizado pelo organismo em substâncias altamente tóxicas, capazes de causar danos severos e até levar a óbito.
“Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país”, disse Padilha.
Após as notificações de intoxicações, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as mortes e internações causadas pela ingestão de bebida alcoólica com metanol.
Sintomas de intoxicação por metanol
Durante a coletiva, Padilha detalhou os principais sinais e sintomas de intoxicação pela substância. Segundo ele, o primeiro sintoma é uma forte dor, seguida de alterações na visão.
“Uma dor muito diferente, porque é uma dor em cólica. As pessoas, às vezes, quando fazem ingestão de bebida alcoólica sentem uma queimação, falam que estão com azia, aquela coisa da ressaca. Não é queimação, não é azia. Pode até ter isso também. Mas a dor em cólica é algo que chama muito a atenção nesses casos”, salientou.
Sobre a alteração da visão, o ministro explicou que, após ser ingerido, o metanol passa pelo estômago e pelo intestino, sendo então absorvido pelo fígado, onde é metabolizado. Nesse processo, formam-se substâncias como o ácido fórmico e o formaldeído, altamente tóxicas para o sistema nervoso central e capazes de provocar sérios danos, incluindo a perda da visão.
“Por isso, as pessoas começam a perceber, às vezes, algum tipo de alteração visual. Começam a ver luzes, flashes e há até o risco de perda visual. Isso acontece de imediato? Não, não acontece de imediato”, completou.
Padilha alertou ainda que os sinais e sintomas da intoxicação por metanol podem demorar até 24 horas para se manifestarem. O tempo de reação vai depender do nível de hidratação e do consumo de alimentos por parte da pessoa afetada pela condição.
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