Pesquisadores identificam áreas do cérebro responsáveis pela libido masculina
Estímulo de neurônios acelerou o desejo sexual de camundongos, diminuindo tempo de descanso entre os acasalamentos
Saúde|Do R7
Um estudo realizado por pesquisadores da Stanford Medicine, nos Estados Unidos, identificou o mecanismo por trás da libido masculina. O achado foi publicado no científico Cell.
Para entender o funcionamento dos instintos sexuais, os pesquisadores utilizaram camundongosvirgens que tinham sido desmamados, de três a quatro semanas de idade, e que nunca tinham visto uma fêmea.
De acordo com Nirao Shah, autor principal do estudo, foi identificado um circuito na área do hipotálamo pré-ótico no cérebro dos mamíferos machos que controla o reconhecimento sexual, a libido e o comportamento de acasalamento e prazer.
Eles identificaram que neurônios de uma área da amígdala secretavam uma proteína, chamada Secreção P, a qual se conectava com os receptores do hipotálamo pré-ótico, importantes para a experiência ou antecipação do prazer.
A partir disso, eles perceberam que, ao estimular os neurônios que secretavam a Substância P, a atividade cerebral do circuito foi acelerada, agilizando a capacidade dos camundongos machos acasalarem com uma fêmea disposta.
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Os pesquisadores perceberam, ainda, que o período de descanso após a ejaculação, que nos camundongos é de cinco dias, foi diminuído. “Demorou um segundo ou menos para eles retomarem a atividade sexual”, disse Shah. “É uma redução de mais de 400.000 vezes no período refratário [de descanso].”
Eles notaram, também, que, se esses neurônios forem silenciados, os machos não acasalam.
“É muito provável que existam conjuntos semelhantes de neurônios no hipotálamo humano que regulam a recompensa sexual, comportamento e gratificação. E eles provavelmente são bastante semelhantes aos que observamos em camundongos”.
A partir das descobertas, os estudiosos acreditam que poderão ser desenvolvidas drogas que bloqueiem os circuitos sexuais no cérebro de homens com impulsos sexuais hiperativos ou aumentar o desejo sexual em homens que sofrem com a falta de libido.
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“Se esses centros existem em humanos – e agora sabemos onde procurar – deve ser possível projetar pequenas moléculas que podem ser usadas para regular esses circuitos”, disse Shah. “Em vez de geralmente aumentar o fluxo sanguíneo na pequena vasculatura em todo o corpo, eles amplificariam ou reprimiriam diretamente uma área específica do cérebro que controla o desejo sexual masculino”.