Prefeitura de SP confirma três primeiros casos de varíola do macaco em crianças
Secretaria de Saúde da cidade informa que o atendimento aos casos suspeitos da doença está disponível nas UBSs
Saúde|Do R7
A Prefeitura de São Paulo confirmou o registro até o momento de três casos de varíola do macaco (monkeypox) em crianças no município. São as primeiras notificações no público infantil. Conforme informou a Secretaria Municipal da Saúde, todas estão em monitoramento, sem sinais de agravamento. No último sábado (23), a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário "extraordinário" da enfermidade, que já chegou a mais de 70 países.
De acordo com o município, com a nova realidade internacional, "busca-se aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vírus", disse em nota.
Desde os primeiros alertas da OMS para a doença, a secretaria afirma que instituiu protocolos para toda a rede pública e privada para o atendimento dos casos suspeitos. O órgão mantém operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento.
Segundo a pasta, a rede pública conta com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial.
"O atendimento para os casos suspeitos de monkeypox está disponível em toda a rede municipal de saúde, como UBSs (Unidades Básicas de Saúde), prontos-socorros e pronto atendimentos", acrescentou a secretaria.
Em uma semana, o Brasil registrou um crescimento de 65% nas notificações de varíola do macaco. Na quarta-feira (27) os registros chegaram a 978 casos confirmados, conforme dados do Ministério da Saúde. Há uma semana, eram 592. São Paulo é o estado com mais registros (744), seguido do Rio (117) e de Minas Gerais (44).
SURGIMENTO DOS CASOS
O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola do macaco é endêmica. Desde então, países da Europa e da Ásia, assim como Estados Unidos, Canadá e Brasil, confirmaram casos.
TRANSMISSÃO
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou por outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.
O vírus pode ser transmitido pelo contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como por meio de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. A OMS também admitiu nesta semana que a transmissão também pode ocorrer pelo contato sexual. O período de incubação da varíola do macaco é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
SINTOMAS
Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palma das mãos, sola dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.
PREVENÇÃO
De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola do macaco (roedores, marsupiais e primatas) e se abstenham de comer ou manusear caça selvagem.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel é uma importante ferramenta para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.