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Produção de vacinas da covid-19 muda indústria farmacêutica

Grande demanda mundial por imunizantes e novas formas de fabricação de vacinas aumentam competição e mexem com setor 

Saúde|Da AFP

Pfizer vendeu de R$ 80 bilhões, só em 2021
Pfizer vendeu de R$ 80 bilhões, só em 2021 Pfizer vendeu de R$ 80 bilhões, só em 2021

A corrida pela produção de vacinas da covid-19 mexeu com as empresas farmacêuticas do mundo todo. Mas não é certo que a venda de imunizantes resultem em grandes lucros para as indústrias, já que o investimento em pesquisa também é muito alto. 

A Pfizer anunciou que as vendas de doses desenvolvidas em conjunto com o laboratório alemão BioNTech rendeu 15 bilhões de dólares (R$ 80 bilhões), só em 2021.

Se somarmos as outras vacinas contra o novo coronavírus, "o mercado pode ter resultados de 30 a 40 bilhões de dólares este ano (de R$ 161 a R$ 215 bilhões) ", disse à AFP Loïc Chabanier, da consultoria Ernest & Young. Volume de vendas anual da maior que o conjunto das demais vacinas.

A venda para a União Europeia de 160 milhões de imunizantes da Moderna a cerca de 18 dólares (R$ 97), valor revelado acidentalmente por um funcionário da empresa via Twitter, representa um lucro de 3 bilhões de dólares (R$ 16 bilhões) para a empresa americana.

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Qual é a margem de lucro das empresas?

Mes com esses altos valores, os especialistas têm dificuldade em determinar a margem de lucro dos laboratórios, uma vez que os preços das doses variam muito de uma empresa para outra, bem como a tecnologia e as estratégias utilizadas.

A AstraZeneca anunciou que durante a pandemia vai comercializar as doses pelo valor da fabricação, 2,16 dólares por dose (R$ 11,60). 

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Seja qual for a estratégia da farmacêutica, a pandemia destruiu o modelo econômico tradicional, afirma Loïc Chabanier. “No início as vacinas não rendem muito, o benefício é alcançado no longo prazo. Mas, desta vez, os imunizantes são lucrativos desde o primeiro momento”, devido à forte demanda, explica.

A Pfizer, por sua vez, espera alcançar uma margem de lucros entre 25 e 30% antes dos impostos.

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Os especialistas também falam sobre os riscos que esses laboratórios assumiram no desenvolvimento das vacinas. “Eles investiram sem saber o que iriam encontrar. Muitos candidatos à vacina desistem nesta primeira fase”, explica Christelle Cottenceau, diretora da consultoria francesa Alcimed.

“A Pfizer investiu cerca de dois bilhões de dólares (R$ 11 bilhões) em pesquisas, mas vai recuperá-los rapidamente”, diz Cottenceau.

Vantagens dos primeiros produtores de vacina

Os laboratórios qu/e produziram mais rápido os imunizantes têm posição privilegiada no mercado, já que recebem grandes encomendas. O que não significa que não haja espaço para outros. O que aconteceria se a covid-19 se transformasse em uma nova gripe? Se a vacinaçõa fosse anual, devida às variantes?

"Dado o tamanho e o impacto global da pandemia, há espaço para outras empresas apostarem na produção", disse Loïc Chabanier.

“Quem chegar depois terá uma vantagem logística”, pensa Jean-Jacques Le Fur, analista da Bryan, Garnier & Co.

De acordo com uma estimativa recente da GlobalData, as vendas da vacina Pfizer/BioNTech podem até cair 80% no próximo ano devido à eficácia de outras vacinas e com preços mais acessíveis. 

Christelle Cottenceau considera uma boa notícia: "Ela mantém o nível de competição".

Mudança drástica no setor

Especilistas afirmam que a produção dos imunizantes contra a covid-19 pode abrir o mercado do setor farmacêutico. De acordo com pesquisa da EvaluatePharma, quatro empresas são responsáveis por 90% da fabricações de vacinas: a americana Pfizer e Merck, a britânica GSK e a francesa Sanofi.

Mas com o produção das vacinas de RNA mensageiro (a tecnologia inovadora desenvolvida pela Moderna e Pfizer) "provavelmente mudará parte da situação", segundo Chabanier.

“Podemos até imaginar uma combinação de vacinas contra a gripe e contra o coronavírus”, prevê Le Fur.

O bolo a ser dividido com os novos imunizantes pode ser a porta de entrada para novas empresas de biotecnologia, como os russos e os chineses, tão falados nos últimos meses. 

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