Projeto verão: especialistas alertam para exageros que podem causar lesões e até distúrbios alimentares
A busca pelo ‘corpo de verão’ faz muitas pessoas ultrapassarem limites perigosos. Médicos alertam para overtraining e o risco de treinar doente
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nos últimos dias, notei um aumento de público na academia. Antes, aparelhos que ficavam praticamente sem uso, agora são disputados em horário de pico. Com a chegada do calor e a pressão por um “corpo de verão”, muita gente acelera o ritmo na academia, abusa de treinos e parte para dietas extremamente restritivas. A combinação, segundo médicos, é perigosa — e pode gerar desde lesões musculares até transtornos alimentares.
A nutróloga Marcella Garcez, diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), explica que essa corrida por resultados rápidos costuma piorar justamente no fim do ano, quando aumentam as atividades ao ar livre, as roupas mais curtas e o desejo de emagrecer ou ganhar massa a qualquer custo. “Os exageros além de não trazerem os resultados prometidos, ainda podem causar sérios problemas”, afirma.
Lesões musculares e overtraining
As lesões são as consequências mais frequentes de quem entra no “modo turbo”. Segundo o ortopedista Marcos Cortelazo, da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), esforço excessivo, falta de descanso, desidratação e ausência de aquecimento formam o cenário perfeito para dor muscular, estiramentos e até lacerações. Atividades repetitivas como musculação e CrossFit estão entre as que mais concentram queixas.
Outro vilão comum é o overtraining — quando se treina tanto que o corpo não consegue se recuperar. A endocrinologista Deborah Beranger explica que isso aumenta o cortisol, favorece fadiga e amplia o risco de lesões. Entre os sinais de alerta estão queda de desempenho, dor constante, insônia, irritabilidade e perda de apetite.
A pressa para emagrecer ou “não perder o ritmo” faz muita gente treinar mesmo gripada, com febre ou com virose. Um erro grave, segundo o ortopedista Fernando Jorge, também da SBOT. Treinar doente sobrecarrega o sistema imunológico e pode até desencadear complicações cardíacas, como arritmias ou miocardite. “Febre é contraindicação absoluta”, reforça o especialista.
No outro extremo, há quem tente acelerar resultados reduzindo drasticamente a alimentação. Para a nutróloga, dietas muito restritivas abalam o equilíbrio hormonal e emocional, aumentando o risco de bulimia, anorexia e compulsão alimentar. “A restrição severa é um caminho perigoso e não sustentável”, alerta.
O caminho saudável: equilíbrio, descanso e constância
Os especialistas são unânimes: o melhor projeto verão é aquele que respeita o corpo. Isso inclui:
- treinar com orientação profissional;
- manter dias de descanso;
- apostar em reeducação alimentar e não em dietas da moda;
- hidratar-se bem;
- fortalecer e alongar para evitar lesões;
- ajustar a carga ou até tirar algumas semanas de deload caso surjam sinais de overtraining.
“Moderação e paciência são essenciais. Mudança real exige tempo”, reforça Garcez.
E você, embarca nas loucuras do “Projeto Verão” ou é do time que busca resultados consistentes o ano todo? Me conta nos comentários!
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