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Promessas de Ano-Novo: o que é preciso fazer para reduzir ou parar o consumo de cigarros em 2024?

Mesmo opções alternativas contam com nicotina, principal ativo que causa a dependência

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Alternativas ao cigarro convencional também contêm nicotina
Alternativas ao cigarro convencional também contêm nicotina

Um novo ano está chegando e, com ele, novas metas. Entre muitas delas, está parar com o tabagismo. Inúmeras pessoas acreditam que opções ao cigarro convencional, como o tabaco bolado com uso de filtro, podem ajudar a reduzir o consumo ou até mesmo pará-lo.

No entanto, o que essas pessoas não sabem é que essa opção de tabaco contém mais nicotina quando comparada aos produtos tradicionais.

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De acordo com o Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), do Governo do Estado de São Paulo, a nicotina é uma droga que, ao ser inalada na fumaça do cigarro e de todos os outros derivados do tabaco, atinge o pulmão e, por meio da corrente circulatória, atinge o cérebro.

Ao atingir o órgão, a nicotina libera a dopamina, hormônio responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Toda essa ação ocorre entre sete e 19 segundos. Assim, quando o fumante tenta parar de fumar, a falta da liberação do hormônio o prende ao hábito. 


"O cigarro normal e o tabaco que as pessoas enrolam, ambos são derivados de folhas de tabaco, então praticamente não existe diferença. As pessoas costumam falar que [o tabaco enrolado] não tem aditivos e outros elementos químicos, mas possui todos os componentes que são prejudiciais à saúde de forma abundante, como a nicotina e o alcatrão. A queima desses componentes é absolutamente prejudicial", afirma o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

Ele complementa que os cigarros herbais, feitos com outras folhas, são tão prejudiciais quanto os demais. "Pode, eventualmente, não haver a presença de nicotina, mas possui monóxido de carbono, e a junção de substâncias forma o alcatrão."

A pneumologista Ana Carla Sousa, membro da Comissão de Tabagismo da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), alega que, por haver maior quantidade de nicotina, os cigarros de tabaco bolado podem ser ainda mais difíceis de largar. 

Quanto aos herbais, ela elenca os possíveis efeitos que o consumo pode causar:

• cravo: pode levar a leve efeito psicotrópico e eufórico, hemoptise (expectoração de sangue proveniente das vias aéreas), broncoespasmo, edema pulmonar e insuficiência respiratória;

• mentol: associado à nicotina, mascara o gosto forte e desagradável da nicotina, levando a uma dependência mais rápida dessa droga;

• daminana: pode causar distúrbios metabólicos e em altas doses leva a alucinações;

• artemísia: causa alergia respiratória e cutânea, além de distúrbios metabólicos;

• ginseng: induz hiperatividade e distúrbios do sono;

• coltsfoot (suplemento dietético): causa trombose, edema agudo de pulmão e distúrbios metabólicos.

Os especialistas reforçam que não existe nenhum tipo de fumo que seja menos prejudicial à saúde, pois, embora sejam vendidos com a imagem e ideia de menos nocivos, essas variantes causam problemas irreversíveis aos pulmões, como bronquite crônica, enfisema pulmonar e câncer de pulmão. 

Tratamento contra o tabagismo

Os especialistas afirmam que todas as políticas antitabagismo incluem formas de tabaco e que envolvem esse processo de queima, e que todas as formas de consumo são consideradas uma doença, sob a CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) F17, necessitando de tratamento e acompanhamento com médico pneumologista. 

Ana diz que o tratamento para o tabagismo inclui acompanhamento psicológico, medicamentos e reposição de nicotina (adesivos, gomas ou pastilhas), se preciso. 

"No Brasil, médicos e demais profissionais de saúde com nível superior podem ser capacitados pelo Programa de Cessação do Tabagismo do governo federal. No acompanhamento especializado, é definido o melhor tratamento indicado; o acompanhamento semanal, e depois mensal, combinado à terapia cognitivo-comportamental, está associado ao sucesso do tratamento", explica a profissional, membro da SBPT.

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Fiss adverte que amigos e familiares devem lembrar ao fumante que a fumaça emitida não afeta apenas a ele, mas aos outros também, que têm sua saúde prejudicada por causa do fumo passivo. 

Além disso, eles podem ser rede de apoio, encorajando o fim do hábito e propondo a ajuda médica, que é feita gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Ana inclui nessa ajuda que, caso o paciente esteja com dificuldade, amigos e familiares evitem fumar próximo a ele, assim como deixar cigarros, isqueiros e cinzeiros à vista, para que ele não se lembre do vício. 

"Não existe forma saudável ou segura de tabagismo. O pulmão não foi feito para inalar esse tipo de substância e essas queimas. O pulmão foi feito para inalar ar. O órgão existe para levar oxigênio para dentro do nosso organismo", finaliza Fiss. 

Conheça 7 danos à saúde causados pelo consumo de cigarros eletrônicos:

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