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Quais cuidados mulheres com epilepsia, como a influencer Camila Coelho, devem ter ao engravidar

Especialista ouvido pelo R7 explica que a gestação precisa ser acompanhada por obstetra e neurologista, e remédios de uso contínuo não devem ser deixado de lado

Saúde|Carla Canteras, do R7

Camila Coelho planejou a gravidez de seu primeiro filho dois anos acontecer
Camila Coelho planejou a gravidez de seu primeiro filho dois anos acontecer Camila Coelho planejou a gravidez de seu primeiro filho dois anos acontecer

A influenciadora Camila Coelho demorou para contar aos fãs que estava grávida de seu primeiro filho e só confirmou quase no quinto mês de gestação, quando a barriguinha já estava aparente. Mas, agora, todos podem acompanhar de pertinho pelas redes sociais dela um pouco desses nove meses especiais na vida da futura mamãe e do futuro papai, o empresário Ícaro Brenner.

Na última terça-feira (19), por exemplo, o casal revelou que espera um menino. No terceiro episódio da webserie semanal que Camila faz em seu canal do YouTube.

A preocupação e o cuidado especial acontecem porque a modelo tem epilepsia desde os 9 anos de idade. A doença neurológica precisa ser tratada com o uso de medicamentos contínuos, que podem afetar o desenvolvimento do bebê e fazem a gestação ser considerada de risco.

O obstetra Mário Macoto Kondo, do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, explica que atualmente a gravidez de mulheres com epilepsia é possível – e se houver um planejamento anterior, é melhor ainda.

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“O maior detalhe é, se possível, fazer um planejamento antenatal, conversar com obstetra, [com] o neurologista que acompanha a paciente e, eventualmente, fazer um ajuste da medicação ou até trocar o remédio, já que alguns medicamentos podem interferir na formação do feto”, orienta o médico.

No caso de Camila tudo foi planejado. “Precisava decidir como ficaria grávida, mesmo com a epilepsia. Fui ao meu médico e foi um processo de dois anos, mudei meu remédio e só o processo da mudança levou um ano de adaptação”, explicou a influenciadora na internet.

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Vale lembrar que muitas mulheres engravidam sem um planejamento. Mesmo assim, o especialista confirma que a gravidez segue possível.

“Assim que detectar a gravidez, é importante [fazer] o pré-natal e entrar em contato com o obstetra, [e com o] neurologista. O sistema de saúde hoje tem referência para esse acompanhamento, tanto o SUS quanto a rede privada estão capacitados.”

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Os remédios atuais são compatíveis com a gestação, e a interrupção da medicação só deve acontecer sob orientação médica. “A princípio se mantém a medicação porque pode haver crises se ela parar tomar, e isso não ser bom para o binômio mãe e bebê”, alerta o obstetra.

Um dos sintomas da epilepsia não tratada é a ocorrência de convulsões, que são uma preocupação durante a gestação.

“Uma convulsão isolada não traz grandes malefícios ao bebê. A preocupação maior é quando existem as crises repetidas, que podem levar à falta de oxigenação do bebê, deslocamento de placenta, mas no geral é um evento raro”, destaca Kondo.

Por que é considerada de risco?

Fica a dúvida: porque é considerada uma gestação de risco, se é segura e influenciadora Camila Coelho está mostrando que é possível? O ginecologista lembra que se não houver acompanhamento e controle, os problemas aparecem.

“Torna-se uma gravidez de risco porque se não houver o controle, há maior incidência de parto prematuro. Alguns estudos dizem que pode haver maior possibilidade de pré-eclâmpsia, que é o aumento da pressão arterial”, conta ele.

Outra possibilidade de problema são as dores do parto, que podem causar um estresse forte e fazer com a mulher tenha convulsões. Porém, assim como outras grávidas, a influenciadora vai poder escolher se o seu pequeno nascerá por parto normal ou cesárea.

“A gestante pode entrar em trabalho, o parto pode ser vaginal ou cesárea, quando houver necessidade. A grande questão é a dor, o desconforto e o estresse do parto que poderia desencadear casos de convulsões, mas com analgesia e os recursos disponíveis, é possível diminuir essa dor e esse desconforto”, afirma o obstetra.

A outra boa notícia é que quando o bebê nascer, Camila poderá amamenta-lo normalmente. “Às vezes, o que se fala é que dependendo da dose que a mãe toma de medicamento, o bebê fica um pouco mais sonolento, mas isso é normal e não é nada que contraindique”, finaliza Mário Macoto Kondo.

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