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Quais são os sintomas da febre oropouche, doença que pode ser confundida com a dengue

Brasil já registrou mais de 7.000 casos da doença neste ano, e três mortes suspeitas estão sob investigação

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Mosquito maruim
Mosquito maruim é um dos vetores de transmissão Reprodução/Agência Pará

A febre oropouche se tornou uma preocupação no Brasil em 2024 devido ao aumento significativo do número de pessoas infectadas e à confirmação das primeiras mortes decorrentes da doença. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informou, na terça-feira (23), que duas mulheres diagnosticadas com essa enfermidade faleceram. Santa Catarina investiga outro óbito. São os primeiros casos de morte relacionados à febre oropouche já documentados no mundo.

O Ministério da Saúde contabiliza neste ano 7.044 casos de febre oropouche, em 16 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

O que é a febre oropouche

A febre oropouche é uma doença viral causada pelo vírus oropouche (OROV), pertencente ao gênero Orthobunyavirus. Esse patógeno foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960 e é encontrado principalmente na região Amazônica e em outros países da América Latina.

O Brasil lidera o número de casos neste ano, mas há também registros no Peru, Colômbia, Bolívia e Cuba, segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde)


A transmissão da febre oropouche ocorre quando um mosquito pica uma pessoa ou animal infectado e, posteriormente, pica uma pessoa saudável, transmitindo o vírus presente em seu organismo.

Após picar um hospedeiro infectado, o vírus se replica no mosquito por alguns dias. Quando o mosquito infectado pica outra pessoa, ele injeta o vírus na corrente sanguínea da nova vítima, iniciando assim o ciclo de infecção. Esse processo é essencial para a disseminação do vírus em áreas onde os mosquitos vetores estão presentes.


Existem dois ciclos de transmissão, segundo o Ministério da Saúde:

  • Ciclo Silvestre: Envolve animais como bichos-preguiça e macacos. Mosquitos como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus também podem ser vetores.
  • Ciclo Urbano: Humanos são os principais hospedeiros, com Culicoides paraenses (conhecido como maruim) e, ocasionalmente, Culex quinquefasciatus como vetores.

Há indícios de que a transmissão também pode ocorrer de mãe para filho durante a gestação (transmissão vertical).


Sintomas da febre oropouche

Os sintomas da febre oropouche são similares aos de outras arboviroses e incluem:

  • Febre;
  • dor de cabeça;
  • fraqueza;
  • sensibilidade à luz;
  • dores musculares;
  • dores nas articulações;
  • dores abdominais;
  • dores atrás dos olhos;
  • manchas vermelhas no corpo;
  • náusea;
  • diarreia;

A Opas afirma que, normalmente, os sinais mais agudos da febre oropouche duram de cinco a sete dias.

Em alguns casos, pode haver sintomas neurológicos, como encefalite — quando o vírus infecta o cérebro e provoca uma inflamação.

Nos casos das pacientes mortas na Bahia, a Secretaria de Saúde informou que o quadro de saúde delas evoluiu com sinais mais graves, como: manchas vermelhas e roxas pelo corpo, sangramento nasal, gengival e vaginal, sonolência e vômito com hipotensão (pressão baixa), sangramento grave, e apresentaram queda abrupta de hemoglobina e plaquetas no sangue.

Pessoas que tiverem quadros graves podem levar semanas para se recuperar completamente.

Confusão com outras doenças

A febre oropouche pode ser confundida com outras doenças devido à similaridade dos sintomas. As principais doenças com as quais ela pode ser confundida são:

  • Dengue: caracterizada por febre alta, dores musculares, dor de cabeça e dor atrás dos olhos;
  • chikungunya: apresenta sintomas como febre, dores intensas nas articulações e músculos, além de dor de cabeça e náusea;
  • zika: inclui febre baixa, erupção cutânea, dores nas articulações e músculos, e conjuntivite.

Tratamento e prevenção

Não existem vacinas nem medicamentos específicos para a febre oropouche. Pacientes infectados pelo vírus são monitorados, e os sintomas são tratados conforme surgem. Por exemplo, se há febre, é administrado antitérmico; se há dores, analgésico, etc.

O Ministério da Saúde recomenda medidas de proteção semelhantes à de prevenção contra outras doenças transmitidas por mosquitos. São elas:

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
  • usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
  • aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
  • manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.

*Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo


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